REVELAÇÕES NA CALVÁRIO Conversas do cabeça da organização criminosa com figurões da Paraíba foram rastreadas
Vem do Rio de Janeiro uma informação que, certamente, vai tirar o sono de muita gente. Até onde o Blog pode apurar, todas as conversas que Daniel Gomes da Silva manteve com personagens da Paraíba, nos últimos anos, foram rastreadas e recuperadas. E, pelo visto, são revelações capazes de abalar muitos figurões, mesmo aqueles que se acham mais robustos e inatingíveis.
Haveria, desde troca de favores, tratativas sobre compras de imóveis no exterior, até valores acertados para pagamento de propinas. Seria um arsenal devastador. Essas informações, inclusive, teriam sido cruzadas com os dados da mais recente delação da ex-secretária Livânia Farias, chancelando a comprovação do funcionamento da mecânica da organização criminosa.
O cabeça – Daniel Gomes da Silva, segundo a força tarefa da Operação Calvário, é o cabeça do esquema infiltrado na Cruz Vermelha gaúcha, que movimentou mais de R$ 1,8 bilhão, nos últimos, e que era responsável pelo pagamento de propinas a servidores e figurões na Paraíba. Somente no contrato de terceirização do Hospital de Trauma, a movimentação atingiu R$ 1,1 bilhão em oito anos.
Daniel foi preso na primeira fase da Operação Calvário, em 14 de dezembro de 2018, quando retornava de uma viagem a Portugal. Consta, inclusive, que ele teria imóveis adquiridos naquele País, com o dinheiro da propina desviada dos contratos. Consta ainda que um sócio de Daniel teria, inclusive, adquirido também uma empresa de ônibus portuguesa.
O esquema – Uma das formas de desviar os recursos públicos dos contratos consistia nas organizações sociais contratarem terceiros para prestar serviços. Esses contratos eram superfaturados, e o dinheiro excedente retornava na forma de propina.