A legalização do balcão de negócios com o dinheiro público na Paraiba
Num dia, o governador Ricardo Coutinho demite simpatizantes do prefeito Luciano Agra e do ex-secretário Nonato Bandeira, conforme a Paraíba acompanhou bem. No outro, Agra exonera servidores alinhados com RC que apoiam a candidatura de Estelizabel Bezerra.
Em meio às demonstrações de força, veio a troca de farpas, e a mais leve ocorreu quando se acusaram mutuamente de terem transformado, um, o Governo do Estado, o outro, a Prefeitura, em “balcão de negócios”. Foi uma declaração realmente de estarrecer, porque não houve contestação.
Imagine se um jornalista ou um deputado de oposição tivesse acusado o governador de ter transformado o Governo em balcão de negócios, como nomeações eleitoreiras e outras benesses. Ou o mesmo em relação à Prefeitura. Certamente seriam vilipendiados publicamente.
Mas, os dois trocaram acusações de grosso calibre e, pelo menos até o momento, nada aconteceu. O Ministério Público não se pronunciou, muito menos o Tribunal de Contas do Estado. Só uma dúvida: transformar Estado ou Prefeitura em balcão de negócios agora é legal?
Ou os dois estão certos, ou estão errados, já que as práticas são umbilicalmente similares. O problema é que, na dúvida entre o certo e o errado, esse balcão de negócios, não podemos esquecer, é bancado com o dinheiro público. Ou seja, dinheiro do contribuinte.
Assim, diante desse surrealismo que se instaurou na Paraíba e de todo o escárnio público com o erário, é interessante relembrar o que dizia o célebre Stanislaw Ponte Preta: “Instaure-se a moralidade, ou nos locupletemos todos!” Ou então, só resta se queixar ao bispo….