Mandurí na fila de votação
Patos é uma cidade de sol causticante. Dia de eleição, a fila imensa de eleitores, pela manhã. Seu Mandurí chegou por volta de 10h e entrou pacientemente na fila com seu título de eleitor nas mãos.
Por volta do meio-dia, quando já seria o próximo a votar, um compadre chegou à fila e cumprimentou Mandurí, batendo no seu ombro: “Que sol danado esse, não é Mandurí?” Mandurí, suado e irritado após duas horas na fila, apenas balbuciou, aborrecido com a tapinha nos ombros: “É.”
O compadre, insistindo: “Seu Mandurí, vai votar, é?” Mandurí, saindo rápido da fila e rasgando, ruidosamente, o título de eleitor: “Eu ia!”