Adeus, empregos: ofensiva de Campos inibe instalação de fornecedoras da Fiat na Paraiba

Passou praticamente despercebida uma recente ação do governador Eduardo Campos, que sepulta as esperanças da Paraíba poder receber fábricas fornecedoras para a Fiat. Campos decidiu implantar um parque fabril, ao longo de 15 quilômetros, que vai de Goiana a Igarassu, onde está realizando as obras de infraestrutura, para receber essas empresas.

A ideia do governador, com essa ofensiva, é impedir que as empresas se espalhem na região e possam se instalar na Paraíba. São aproximadamente 50 pequenas fábricas de autopeças, que irão se instalar para fornecer os componentes necessários a montagem dos automóveis. Havia expectativa de que algumas delas viriam para a Paraíba. Pelo visto, não virão mais.

Reportagem do Jornal do Comércio (9.jul.2012) revela: “Pelo conceito antigo, esses fornecedores se instalariam de forma aleatória não só na Mata Norte, mas também no Sul da Paraíba, uma diluição da geração de empregos e do esforço de prefeituras e Estado na prestação de serviços públicos, como linhas de ônibus para os futuros milhares de trabalhadores e coleta de lixo das empresas.”

Adiante, complementa: “Com o novo formato, Pernambuco não só garante que receberá a grande maioria dos fornecedores, como ainda terá uma economia nas contrapartidas que prometeu para receber a Fiat, como a terraplenagem das áreas. Somente para preparar o terreno de 400 hectares onde será instalada a montadora, em Goiana, foram R$ 82 milhões.”

As obras de terraplenagem já se iniciaram entre Goiana e Igarassu em “um terreno de 100 hectares às margens da BR-101, o Estado vai montar uma infraestrutura (serviços como água e gás encanado) para receber até 50 fornecedores da fábrica da Fiat”. Não há notícias que o Governo da Paraíba esteja realizando obras similares de infraestrutura. Dai, fica fácil entender.

De qualquer modo, é importante saber que os investimentos nesse parque fabril vão alcançar cerca de R$ 4,5 bilhões, para a geração de mais de quatro mil empregos diretos, em Pernambuco, quando a Fiat começar a produzir. Além dos investimentos no primeiro parque, onde a própria Fiat está se instalando com mais 16 grandes fornecedores, dentro de seu terreno.