CERCO SE FECHA Gilberto é denunciado na Calvário por lavagem de dinheiro e apropriação indevida de caminhonete
O cerco vai se fechando em torno do ex-procurador Gilberto Carneiro, um dos principais integrantes do chamado núcleo do ex Ricardo Coutinho. Menos de um mês após ser condenado por falsificação de documentos no caso Desk e de ter sido denunciado por peculato no âmbito da Operação Calvário, Gilberto foi alvo de nova denúncia por parte do Gaeco (Ministério Público da Paraíba).
Desta vez por concussão (ato de exigir para si ou outra pessoa vantagem indevida) e ocultação de bens. Também foi denunciado seu motorista Geo Luiz de Souza Fontes, mas “apenas” pelo crime de ocultação de bens. Conforme a denúncia, Gilberto, com o apoio de Geo, ocultou e dissimulou a natureza, origem, localização, disposição de um veículo GM S10, proveniente diretamente de crime de concussão, ou seja, obtido de forma criminosa.
O veículo foi obtido após Gilberto ter exigido vantagem indevida ao proprietário de uma empresa quando ainda era procurador-geral de João Pessoa, na gestão Ricardo Coutinho. O proprietário da empresa procurou Gilberto, ao longo dos últimos oito anos, para reaver o veículo, mas ele se recusou a devolver o veículo, “enquanto ele e Geo Luiz de Souza Fontes usufruíam do bem”.
Calvário – A Operação Calvário foi desencadeada em 14 de dezembro de 2018 para investigar núcleos de uma organização criminosa, gerida por Daniel Gomes da Silva, que se valeu da Cruz Vermelha gaúcha e do Ipcep como instrumentos para a operacionalização de um esquema de propina no Estado da Paraíba.
A organização seria responsável por desvio de recursos públicos, corrupção, lavagem de dinheiro e peculato, através de contratos firmados junto a unidades de saúde do Estado, que chegaram a R$ 1,1 bilhão.
A Orcrim possuía atuação em outras unidades da federação, e exemplo do Rio de Janeiro. Até agora, foram realizadas três fases e a investigação segue em andamento.