VEM BOMBA NA CALVÁRIO Delação homologada de Livânia atinge figurões e autoridades com foro privilegiado
Há mais de uma semana, já se sabia da homologação da delação da ex-secretária Livânia Farias (foi divulgado no programa Intrometidos), uma das personagens principais do esquema criminoso infiltrado na Cruz Vermelha gaúcha, e que foi desbaratado pela Operação Calvário. Se alguém tem a memória da organização criminosa, essa pessoa é Livânia.
Personagem chave, Livânia, não apenas porque liderava uma célula, como fazia interface com outros integrantes da organização criminosa, tanto na Paraíba, como no Rio de Janeiro. Além do mais, havia uma verdadeira romaria em seu gabinete na Administração. Livânia era disciplinada e mantinha informações atualizadas de nomes, valores e contatos.
O detalhe foi que sua delação foi homologada por um desembargador, Ricardo Vital. Isso pode parecer sem importância, à primeira vista. Mas, não é. Se homologada por um desembargador, significa que os termos de sua delação envolvem figurões com foro privilegiado, ou seja, no mínimo, deputados e secretários de Estado. É isso que vem mexendo com os nervos de muita gente.
Prisão – Livânia foi presa a 16 de março, em João Pessoa, quando retornava de uma viagem a Brasília e Belo Horizonte. No dia seguinte à prisão, ela foi exonerada pelo governador João Azevedo (a publicação no Diário Oficial saiu três dias depois).
Liberdade – No final de tarde do dia 23 de abril Livânia foi liberada da prisão, por decisão da juíza Andréa Gonçalves Lopes (5ª Vara Criminal). A determinação se deu após parecer do Ministério Público favorável à sua liberdade provisória, como resultado de uma colaboração negociada, secretamente, por ela com integrantes do Gaeco.
Delação – Mas, apesar de estar colaborando com as investigações da Calvário, Livânia ainda não havia formalizado a sua delação premiada, algo que, efetivamente, ocorreu nos últimos dias.