OS RÉUS DA CALVÁRIO Julgamento de envolvidos no esquema criminoso prossegue próxima 6ª no Rio de Janeiro
Prossegue na próxima sexta (dia 6) o julgamento dos envolvidos no esquema criminoso da Cruz Vermelha gaúcha que foi, em dezembro do ano passado, desbaratado pela Operação Calvário. O julgamento iniciou em 26 de julho, com as audiências de instrução e julgamento na 42ª Vara Criminal, presididas pela juíza titular Alessandra de Araújo Bilac Moreira Pinto.
São muitas testemunhas e vários os réus envolvidos no esquema criminoso. Alguns deles interessam particularmente à Paraíba pelas ligações com a célula da organização criminosa no Estado. Um deles é Daniel Gomes da Silva, considerado o líder do esquema e que chegou a doar para a campanha de Ricardo Coutinho na eleição de 2010, através de seu tio Jaime Gomes.
O detalhe é que, em julho de 2011, no ano seguinte à eleição, ele conseguiu fechar, com o então governador Ricardo Coutinho, o contrato de terceirização do Hospital de Trauma via Cruz Vermelha gaúcha. Daniel foi preso em dezembro de 2018, no Rio de Janeiro, ao retornar de Portugal, onde o Ministério Público identificou vários bens adquiridos com o dinheiro da propina.
Michele Louzada Cardoso era secretária particular de Daniel. Na eleição de 2014, ela confessou ter vindo à Paraíba em avião fretado trazendo dinheiro para a campanha à reeleição de Ricardo Coutinho, ante a iminente vitória de Cássio Cunha Lima, que havia vencido o primeiro turno. Michele também foi flagrada entregando caixas de vinho com mais de R$ 900 mil ao ex-assessor Leandro Nunes Azevedo, num hotel do Rio de Janeiro, quando também foi presa em flagrante.
Roberto Kremser Calmon foi aquele empresário preso num hotel de luxo em João Pessoa, em 14 de dezembro do ano passado, na primeira fase da Calvário. Kremser era integrante do esquema e, conforme as investigações da força tarefa, operava para prospectar o roteiro dos pagamentos às organizações sociais e definir os valores que deveriam ser repassados aos agentes públicos beneficiários das propinas.
Os três, conforme especulações de bastidores, estariam dispostos a revelar todos os detalhes do esquema, citando nomes, valores e organograma da célula da organização criminosa instalada na Paraíba. Desta unidade no Estado, já foram presos Leandro Nunes, Livânia Farias e Maria Laura Caldas de Almeida Carneiro. Mas, haveria outros integrantes, que ao longo do julgamento deverão ter os nomes revelados.