Direção do Sesquicentenário contesta postagem crítica de Walber sobre trabalhos desenvolvidos por alunos
Uma polêmica tem marcado, nos últimos dias, o deputado Walber Virgulino e professores do Colégio Sesquicentenário. Tudo começou quando o parlamentar postou em redes sociais dizendo que determinadas prática pedagógicas da escola eram caso de polícia e pede providências da Secretaria de Educação.
A reação veio do professor de sociologia, Renan Palmeira, pontuando que as críticas de Walber são relativas a alguns trabalhos desenvolvimentos pelos alunos envolvendo temáticas dos movimentos sociais nas turmas do primeiro e segundo ano do Ensino Médio, que, aliás, é previsto na grade curricular da disciplina.
Segundo ainda o professor, os alunos do colégio tinham total liberdade de escolher os temas que quisessem trabalhar e discutir em sala de aula. E os temas abordados, escolhidos pelos alunos, envolveram movimentos feministas, LBGT, movimento negro, ambientalistas, canabidiol, entre outros: “Meu trabalho não é de apologia a nenhuma ideologia, é um trabalho de problematização das temáticas propostas pelos alunos de uma forma respeitosa.”
Os alunos convocaram, para a segunda (dia 2), um protesto contra o que consideram injustiça ao colégio da parte do parlamentar.
Direção – Segundo a direção da escola, o conteúdo das temáticas trabalhadas referente a movimentos sociais está previsto na grade curricular da disciplina, presente no livro didático, o que possibilita “um ensino democrático e inclusivo, foi utilizado apresentações de cartazes com temáticas de novos movimentos sociais, permitindo aos alunos a escolha dos seus temas e interagir com o restante da turma”.
E ainda: “Considerando o compromisso do CEEEA Sesquicentenário com a comunidade e prezando pela valorização do trabalho desenvolvido nesta escola, cujos resultados tornam-se evidentes nos mais diversos índices de aprovação alcançados por nossos alunos, registramos os esclarecimentos necessários em face da postagem lamentável veiculada no Instagram, de autoria do senhor Wallber Virgulino (deputado estadual da Paraíba), por meio da qual são expressos comentários descabidos acerca de ilustrações feitas em sala de aula e de imagens de cartazes que foram expostos nesta escola, conteúdo esse que foi apresentado nitidamente fora do contexto em que foram produzidos.
Inicialmente, registramos que os cartazes foram elaborados por alunos do 2º ano do Ensino Médio em virtude de atividade proposta pelo professor de Sociologia para trabalhar a temática “Movimentos Sociais”, a qual se encontra devidamente prevista na grade curricular da disciplina em comento, assim como amplamente citada nas Orientações Curriculares para o Ensino Médio.
Norteado pelo objetivo de garantir a pluralidade da discussão, o professor solicitou que os alunos se reunissem em equipes e escolhessem o movimento sobre o qual gostariam de discutir. Cada cartaz suscitou uma vasta discussão, em que foram colocadas opiniões convergentes e divergentes sobre os movimentos, com a devida mediação do professor, respeitando assim a opinião dos alunos sobre os movimentos apresentados.
Após a atividade, os alunos promoveram a exposição de todos os cartazes pela escola, dentre os quais havia movimentos “de esquerda” e “de direita”, sem nenhuma censura de natureza ideológica ou política sobre quaisquer dos trabalhos realizados e expostos. No entanto, a postagem do ilustre deputado manipula a informação, desvirtuando-a de sua integralidade.
Por fim, destacamos que prezamos pela liberdade de cátedra e de manifestação do pensamento, que assegura, por definição, a liberdade de aprender, ensinar e divulgar o conhecimento, a arte e o saber. Isso longe de implicar em doutrinação, significa a construção do conhecimento com protagonismo e autonomia, o que garante o diferencial sendo livres, críticos e consciente