MAIS UM CAI NA CALVÁRIO Secretário preso é acusado de captar propinas e teria transportado de uma vez R$ 1,2 milhões em espécie de Curitiba
Era um silêncio de incomodar. Eis então que a Gaeco mostrou a que veio, nas primeiras horas desta quarta (dia 9). Em nova fase da Operação Calvário, resultado especialmente da delação do ex-assessor Leandro Nunes Azevedo, a força tarefa cumpriu vários mandados de busca e apreensão, mas especialmente prendeu o secretário Ivan Burity (Executivo de Desenvolvimento e Turismo do Estado).
As investigações tiveram como foco, especialmente, as ligações incestuosas de integrantes do governo Ricardo Coutinho com a organização social Ipsep (Instituto de Psicologia Clínica e Educacional), considerada um braço da Cruz Vermelha gaúcha, que tinha contratos de terceirização nas áreas de Saúde e Educação.
Pelas investigações, Ivan teria sido o elo de propina com essa OS e teria trazido, apenas numa oportunidade, de R$ 1,2 milhão em especie de Curitiba, num avião fretado, segundo Leandro. O dinheiro foi utilizado para irrigar a campanha do então candidato à reeleição, Ricardo Coutinho.
A operação se deu a partir dos mandados expedidos pelo desembargador Ricardo Vital de Almeida, e teve como alvos, além de Ivan Burity, as prisões preventivas de Jardel Aderico da Silva e Eduardo Simões Coutinho, afora 25 mandados de busca e apreensão, na Paraíba (João Pessoa, Santa Rita e Mataraca) e mais quatro Estados, inclusive na sede do Ipcep.
Investigadores descobriram que Ivan Burity, ao retornar com a propina, utilizava o hangar do governo do Estado, e inclusive recebia apoio logístico com uma escolta de policiais militares, devidamente acionados pela Casa Militar. Assim, não corria risco de cair em alguma blitz. Assim, o dinheiro era entregue ao destinatário final, sem qualquer dificuldade.
Mandados – Os alvos dos mandados de busca e apreensão são os (ainda) secretário Aléssio Trindade de Barros (Educação), José Arthur Viana Teixeira (executivo da Educação) e Ivan Burity de Almeida, Pousada de Camaratuba (pertencente a Ivan), empresa Conesul, Márcio Nogueira Vignoli, Hilário Ananias, Editora Grafset, Vladimir dos Santos Neiva (dono da Grafset), J.R.Relacional (Ribeirão Preto e Maceió).
Também Jardel da Silva Aderico, Antônio Carlos de Souza Rangel, Henaldo Vieira da Silva, Giovana Araújo Vieira, Mário Sérgio Santa Fé da Cruz, Eduardo Simões Coutinho, José Aledson de Moura, Ipcep e Brink Mobil Equipamentos Educacionais, como sedes em Colombo, Curitiba e Campina Grande do Sul (PR), além de São Paulo (SP).
Radiografia – Estão sendo cumpridos 13 mandados na Paraíba, sendo dois de prisão preventiva e onze de busca e apreensão, em João Pessoa, Santa Rita e Mataraca. Também mais quatro no Estado do Rio de Janeiro, três em São Paulo, cinco no Paraná, todos de busca e apreensão, além de dois mandados, sendo um de prisão preventiva e outro busca e apreensão, em Alagoas.
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