CALVÁRIO NO METROPOLITANO Investigações descobrem como agentes públicos recebem cotas de exames para negociar no mercado negro da saúde
Uma investigação em curso acaba de descobrir (mais) uma impressionante ação criminosa, envolvendo o Hospital Metropolitano de Santa Rita que, aliás, está no olho do furacão da Operação Calvário 5, por conta da organização social Ipecp. Como se sabe, o governador João Azevedo decretou a intervenção dos diretores do hospital, após a deflagração da operação.
A ação criminosa envolve negociação de exames sofisticados, com a participação de servidores e agentes públicos. Segundo as investigações em curso pelo Ministério Público e setores do governo do Estado, há parlamentares que chegam a ter uma “cota de até 100 exames de ressonância magnética e dez de pet-scan”.
E funciona da seguinte forma: o parlamentar recebe a autorização dos exames e repassa no mercado negro da saúde. Ou seja, vende para terceiros. E não fatura pouco com a miséria humana. Um exame de ressonância chega a R$ 1,5 mil. Já um pet-scan vai até R$ 5 mil. Trata-se de um exame altamente especializado na identificação precoce do câncer, na análise da evolução do tumor e de eventuais metástases (outros tumores) ainda na fase inicial.
Com a “venda” dos exames, enquanto os corruptos engordam os bolsos, os pacientes que verdadeiramente precisam terminam por não terem acesso à assistência. Até onde o Blog pode apurar, já há a identificação de vários personagens envolvidos.