CALVÁRIO FAMILIAR Empresa de atriz e advogada filhas de dono da Grafset (também envolvida) caem na malha das investigações
A Operação Calvário 5 segue causando estragos no esquema criminoso infiltrado em organizações sociais e governo do Estado. Após a prisão do ex-secretário Ivan Burity e mais dois integrantes do esquema, a força tarefa também cumpriu vários mandados de buscas e apreensão. Um deles na empresa MVC Editora e em endereços particulares das sócias proprietárias, as irmãs a atriz Mayana Neiva e advogada Luciana Ramos Neiva.
O detalhe é que elas são filhas do empresário Wladimir Neiva, que vem a ser proprietário da Grafset, também alvo das investigações. Conforme apuraram os investigadores do Gaeco, haveria uma “confusão” deliberada na atuação das duas empresas familiares. Há provas de que as duas empresas concorriam nas mesmas licitações, com indícios de combinação de preços. Há também indicação do pagamento de propinas de até R$ 400 mil a agentes públicos.
O fato é que as duas empresas tinham contratos, não inferiores a R$ 17 milhões, com o governo do Estado, através do ex-secretário Ivan Burity. Como também há a suspeita de que a Grafset teria “armado” junto com a empresa Conesul Plus (Brink Mobil), que ganhou uma licitação de mais de R$ 50 milhões com o governo do Estado, tendo pago, de uma vez, propina de R$ 2 milhões, que Ivan foi buscar em avião particular no Rio de Janeiro.
Segundo o desembargador Ricardo Vital, em seu despacho dos mandados, “deve ser investigado o suposto uso de instrumentária da mencionada empresa em crimes licitatórios, em especial o previsto no artigo 90, mediante frustração do caráter competitivo do certame, bem como verificar se há uma efetiva ascendência de Vladimir Neiva em relação aos demais investigados, que pode ter utilizado a MVC Editora como empresa instrumentária para garantir a vitória de outras licitações.”