FICOU A DÚVIDA Por que Ricardo Coutinho parabenizou Lula mas não se solidarizou com irmão flagrado em ligações perigosas pela Calvário?
Pra falar a verdade, meu caso Paiakan, eu considerei louvável a atitude do ex Ricardo Coutinho em parabenizar Lula em seu aniversário. Eles são (mais ou menos) aliados de algum tempo, e o ex-governador tem critica a sua prisão com certa frequência, além de ter se indisposto contra o impeachment de Dilma Rousseff.
Mas, tem um detalhe. Há sempre um detalhe e uma indagação curiosa: por que Ricardo Coutinho não se solidarizou com seu irmão, Coriolano, após ele ter sido flagrado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro trocando vários telefonemas suspeitos, em 2018, com os cabeças da organização criminosa infiltrada na Cruz Vermelha gaúcha?
Sim, porque a suspeita da força tarefa é que Coriolano certamente não iria agir sozinho, sem o aval do irmão num tipo de relação assim tão perigosa.
Pra entender – De acordo com as investigações, entre junho e agosto 2018, Coriolano manteve, pelo menos, seis ligações telefônicas com Michelle Louzada Cardoso, secretária particular de Daniel Gomes da Silva. Os dois estão presos no Rio de Janeiro, e são réus em ação que está sob julgamento na 42ª Vara Criminal do Rio de Janeiro.
Segundo relatos obtidos pelo Blog, Daniel e Michelle, não apenas confirmaram as ligações trocadas com o irmão do ex-governador Ricardo Coutinho, como consta dos autos o áudio das ligações, após quebra do sigilo telefônico solicitada pelo Ministério Público e atendida pela Justiça. As ligações mostrariam muita familiaridade entre Corioloano e os dois cabeças.
Denúncia – O registro está na página 135 da denúncia do Gaeco fluminense no âmbito da Operação Calvário, que diz ainda: “Coube também a Michelle Cardoso – sempre no cumprimento das determinações de Daniel Gomes da Silva – manter contato com parentes de agentes políticos, e mais especificamente com Coriolano Vieira Coutinho, irmão do (então) governador do Estado da Paraíba, Ricardo Vieira Coutinho.”
Propinas – Michelle, de acordo com a força tarefa, operava o pagamento das propinas. Diz trecho da denúncia do Gaeco: “Além de entregar valores a agentes públicos, Michelle Cardoso também realiza outras movimentações com os valores em espécie que lhe são destinados a partir do desvio de recursos públicos, sempre em atendimento às determinações de Daniel Gomes da Silva.”