APÓS ROMPIMENTO COM RC Lentidão de João leva deputado do G11 entregar cargos e sinalizar afastamento
O governador João Azevedo talvez não esperasse por essa. O problema maior é sua lentidão em ler o quadro político que montou no Estado, após o rompimento do ex Ricardo Coutinho. Aliados e candidatos a aliados de João esperavam dele mais agilidade para se posicionar no cenário, e dar um mínimo de segurança política à praça.
Tudo bem, João procura se dissociar do estilo agressivo de Ricardo Coutinho que, estando em seu lugar, já teria demitido todos os indicados pelo adversário, como fez, por exemplo, com o ex-vice-governador Rômulo Gouveia quando houve o rompimento entre eles. Mas, ainda que seja precavido, está passando a ideia de fraqueza ou, no mínimo, que o rompimento é de araque. Apenas teatro.
O primeiro a estrilar com o comportamento do governador foi o deputado João Bosco Carneiro, integrante do chamado G11, grupo liderado pelo presidente Adriano Galdino, com uma postura de distanciamento de Ricardo Coutinho e simpático a uma convivência salutar com Azevedo. Bosco, não apenas entregou os cargos por ele indicados, como deu o grito de independência na Assembleia.
Pode parecer pouco, mas é o sintoma de uma crise maior. Há uma insatisfação nesse segmento da Casa, especialmente em função, primeiro da pífia reação de João no enfrentamento com Ricardo Coutinho, depois a falta de diálogo com os parlamentares, até para a recomposição de um governo, que, a rigor, a rigor, só irá iniciar pra valer quando tiver a cara de João Azevedo.
Nos corredores da Assembleia, é voz corrente: “Quem segue mandando no governo é Ricardo Coutinho, através de seus prepostos que nomeou no Estado.” Parece que os ouvidos de João não conseguiram ouvir o recado.