Pequenos roubam a cena na disputa em João Pessoa
A cada dia dessas eleições, mais me empolgo com o desempenho dos candidatos Antônio Radical, Renan Palmeira e Lourdes Sarmento. Mesmo tendo uma estrutura partidária mínima, os três têm cumprindo um papel muito importante nessa disputa de João Pessoa.
De prima, mostram uma independência que os demais candidatos claramente não têm. José Maranhão, Cícero Lucena, Luciano Cartaxo e Estelizabel Bezerra apresentam, em maior ou menor grau, uma fragilidade, que se evidencia a cada novo embate entre eles.
Tem tocado a Radical, Renan e Lourdes expor as feridas de projetos políticos que os demais candidatos ditos convencionais, por conveniência ou temor de represália, não têm coragem de atacar. No passado, eles eram mais uma excentricidade de campanha, hoje não.
Quem melhor tem apontado as falhas do projeto girassol, por exemplo, quem tem questionado os furos em gestões passadas de José Maranhão e Cícero Lucena, quem vem expondo o insosso na candidatura híbrida de Luciano Cartaxo tem sido eles. E com propriedade.
Não fossem os três, essas eleições estariam sem qualquer brilho, porque há uma disputa de projetos já amplamente conhecidos pela população, onde os candidatos apresentam praticamente o mesmo plano de governo, sem quaisquer novidades. Não há um projeto inovador.
Todos falam praticamente o mesmo sobre educação, saúde e mobilidade urbana (tema da moda). Se eles trocassem de partidos e voltassem a se enfrentar o resultado seria praticamente o mesmo. Falta criatividade para apresentar algo realmente impactante.
Num cenário assim, quem termina assumindo o protagonismo da disputa são os três, Radical, Renan e Lourdes, ainda que não tenham chances nas urnas. Mais que isto: sem projetos inovadores, a disputa vai se resumindo a uma batalha irracional entre quem é contra e quem a favor do governador Ricardo Coutinho.