A CRUZ E O CALVÁRIO – TST nega recurso de Waldson e Livânia, mantém processo e Cruz Vermelha pode ser condenada em R$ 20 milhões
Além de queda, coice. Não bastasse a Operação Calvário ter desbaratado o maior esquema de corrupção da Paraíba na relação entre o governo do Estado e a Cruz Vermelha gaúcha, eis que o Tribunal Superior Eleitoral acaba de negar pedido para extinguir ação movida, desde 2011, pelo procurador Eduardo Varandas (do Trabalho) contra a terceirização do Hospital de Trauma.
O governo havia impetrado recurso para extinguir a ação, mas o ministro Emanoel Pereira (TST), relator da matéria, negou o pedido, reformando, inclusive, uma entendimento anterior do Tribunal Regional do Trabalho da Paraíba, que havia acordado em favor da terceirização. Logo após essa decisão do TRT, o procurador Eduardo Varandas recorreu (RR 1228004720115130005) , e, agora, o TST sinaliza pela punição ao governo e à Cruz Vermelha.
Com o entendimento do TST, o tribunal paraibano deverá apreciar os danos causados pelo contrato de gestão entre a Cruz Vermelha e o Estado da Paraíba. Nos bastidores, estima-se que a condenação pode superar os R$ 20 milhões. Bem menos, é verdade, do que os R$ 200 milhões que teriam sido desviados em forma de propina, conforme levantamento realizado pelo Gaeco.
Waldson e Livânia – O recurso para extinguir a ação contra o governo do Estado e a Cruz Vermelha foi impetrado pelos ex-secretários Waldson de Sousa (Saúde) e Livânia Farias (Administração), o que não deixa de ser uma ironia, uma vez que os dois foram alcançados pela Operação Calvário. Livânia, inclusive, chegou a ser presa e acabou fechando acordo de delação premiada.