LIBERAÇÃO DA CANNABIS Deputado elogia Anvisa por liberar uso medicinal, mas critica proibição de cultivo no País para pesquisa: “Não faz sentido”
O assunto é dos mais controversos. Mas, o deputado Pedro Cunha Lima decidiu encarar. Em pronunciamento no Congresso, o parlamentar elogiou a decisão da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) por liberar o uso da cannabis (princípio ativo contido na maconha) para uso medicinal, mas criticou a proibição do cultivo controlado da planta no País: “É uma contradição.”
Com isso, empresas que irão produzir o medicamento, terão ainda que importar substratos de matéria-prima à base da planta. “Vamos ficar dependentes de importação, o que não faz nenhum sentido. O assunto fica ainda mais grave e cruel quando o poder público, além de não oferecer o tratamento, ainda impede que um paciente possa tomar o remédio que traz a sua cura.”
E arrematou: “Eu falo de milhares de pacientes que precisam de extratos da maconha como o canabidiol, THC, que com evidência científica conseguem a cura com essas substâncias, porém, por um preconceito medieval, primitivo, por conta de um atraso bizarro da sociedade, a gente tem um Poder Público que proíbe esse tratamento.”
Tratamento – Conforme estudos científicos, o cannabidiol tem potencial terapêutico para tratar convulsões, epilepsia e mal de Alzheimer. “São algumas doenças que podem ser controladas por meio da terapêutica com a utilização de substâncias extraídas da folha da maconha.”
Luta – O deputado também destacou a luta de entidades como Associação Abrace Esperança e a Liga Canabica da Paraíba, ambas de João, Pessoa: “A Abrace, para o nosso orgulho, precisou de autorização judicial para ter o básico. Decisão essa, que desmoraliza o legislativo porque é preciso ter uma autorização do judiciário para ter a capacidade e o direito de se tratar.”
E arrematou: “Também faço uma referência a Liga Canabica da Paraíba, que encampa essa luta, e com quem estive reunido na última segunda-feira. Inclusive, destaco o caso de um paraibano, Pedrinho, que tinha até 40 convulsões por dia e depois do uso do medicamento passou 11 meses sem nenhuma convulsão. A gente precisa despertar para essa aberração e loucura que é proibir um tratamento.”