Por essa (de Cássio) RC não esperava…
Vamos combinar, o nosso ínclito, preclaro e insigne governador não esperava por essa reação do senador Cássio Cunha Lima. RC sempre se imaginou diferenciado, acima do bem e do mal. Dessa forma, ele foi seguidamente descartando parceiros, inclusive os que contribuíram tão decisivamente para chegar aonde chegou.
A lista é imensa. Dos antigos, vale recordar, por exemplo, a ex-deputada Nadja Palitot, que inclusive foi quem lhe facultou o ingresso no PSB. Mas, não se esqueça de Manuel Junior, Guilherme Almeida, Carlos Batinga, Marcondes Gadelha, Zé Maranhão, apenas para citar alguns os mais conhecidos, da primeira geração.
Faz parte de sua índole atrair novos parceiros aos seus planos, à medida que descarta os mais antigos. Os exemplos mais recentes, como toda a Paraíba sabe, são o vereador Bira e o prefeito Luciano Agra. Dos mais recentemente atraídos ao seu projeto está o senador Cássio. Não fosse o tucano, ele não se elegeria em 2010.
Mas, logo que se elegeu, ele escalou o ex-secretário Nonato Bandeira (outro descartado) para fazer uma ponte com Maranhão, alegando que não gostaria de ficar refém de Cássio. Testemunhas daquele encontro ainda hoje guardam os adjetivos, alguns impublicáveis, como se referia ao tucano, para tentar seduzir o PMDB.
O tucano, aliás, não deve esquecer a descortesia na antessala do ministro Fernando Bezerra (Integração), em Brasília, quando ficou, como diz, quarando, porque o governador se recusou (para dizer o mínimo) a ter sua companhia do senador na audiência. O ministro, certamente, nunca vai revelar o que ouviu de RC a respeito de Cássio.
Ao longo de seu tumultuado mandato, ficou claro que um de seus objetivos era passar o apagador na obra de antecessores com seu discurso megalomaníaco, como se a Paraíba só tivesse começado a partir dele. Veja como ele sempre repete frases do tipo “a Paraíba jamais viu tanto…” ou “nosso Governo é o que mais…” e vai por ai.
O senador Cássio, provavelmente, só reagiu em defesa de sua gestão porque, no dizer de Chico Buarque, deve estar “um pote até aqui de mágoas”. O governador não esperava por sua reação, porque imagina que acomodando ou mimoseando parentes e aliados do tucano em seu Governo, já será suficiente para impor seu silêncio.
Além do mais, a partir de um certo momento, a sombra do senador começou a incomodar. E ele, como se sabe, não aceita sombra. Assim, quando agride antecessores (Cássio, entre eles), até como sua mídia institucional, nem é que se considera um ato falho. Afinal, essas peças são muito bem meditadas. É um recado mesmo. Para bons e maus entendedores.