NO JOGO SEM FICHAS Damião usa surrada narrativa de golpe em defesa de esposa (e não de João) para criticar pedido de impeachment
O deputado Damião Feliciano, meu caro Paiakan, parece aquele jogador que quer entrar no jogo sem fichas. Beiram ao ridículo as suas declarações recentes, falando em golpe e criticando o pedido de impeachment apresentado pelo deputado Walber Virgolino contra o governador João Azevedo e sua vice, Lígia Feliciano. Será que o deputado, presidente eterno do PDT, não sabe que existe uma Operação Calvário na Paraíba?
Talvez por permanecer tanto tempo fora do Estado não tenha conhecimento de que os investigadores têm toneladas de provas de como as eleições de 2018 (como outras anteriores) foram fraudadas com dinheiro da Cruz Vermelha. Seria tão inocente a ponto de não saber que sua esposa, a vice-governadora, foi beneficiada (na eleição) com a adutora de propinas da organização criminosa desbaratada pelo Gaeco?
Golpe? Golpe foi o que o governo do qual sua esposa fez parte promoveu nos cofres públicos, nos últimos nove anos (no caso de Lígia, de 2015 pra cá). Será que o deputado teria absorvido o caráter autoritário de seu sócio político, o ex Ricardo Coutinho, que tinha o hábito de atacar quem ousava contrariar seus interesses? Pelo menos foi o que deu a entender, ao peitar os deputados que subscreveram o pedido de impeachment. Agora, quer mandar na Assembleia?
Suas declarações falando em golpe correm o risco de cair para o anedotário político. Ainda mais quando enfatiza que o golpe é contra a vice-governadora Lígia, mas não enfatiza o mesmo em relação a João. Ou seja, João pode ser cassado, mas sua esposa, não, algo que, por si só, já revela o viés de suas declarações. Damião fez o que qualquer parceiro faz: defendeu a esposa. No mais, quis entrar no jogo sem fichas.
Deixe os deputados votarem, Damião!