Padrinhos politicos decidem sorte de seus candidatos nas urnas
Impressiona como nos dois maiores colégios da Paraíba as eleições se transformaram em disputa entre padrinhos políticos. Em João Pessoa, o governador Ricardo Coutinho apadrinha a candidata Estelizabel Bezerra, enquanto o prefeito Luciano Agra é o avalista eleitoral do deputado Luciano Cartaxo.
Em Campina, onde a disputa parece mais acirrada, o senador Cássio Cunha Lima ancora a candidatura do deputado Romero Rodrigues, de um lado. Do outro, o prefeito Veneziano apadrinha a médica Tatiana Ribeiro, enquanto o ministro Aguinaldo Ribeiro é a principal âncora da irmã Daniella Ribeiro.
Como são candidatos apoiados por padrinhos, é natural que suas candidaturas dependam do atual cacife político deles. Um exemplo: Estelizabel Bezerra, apesar de estar há meses no páreo, vem num longínquo quarto lugar, segundo todas as pesquisas, seguindo fielmente a popularidade do governador.
Cartaxo apesar de, no primeiro momento, ter se beneficiado do apoio do prefeito Agra, encontra claras dificuldades para encostar no time de cima, porque são óbvias as dificuldades para justificar escândalos tipo Cuiá, Jampa Digital, Merenda Escolar, gari milionário e compras superfaturadas de Agra.
Em Campina, Cássio consolidou Romero no topo, após agregar o irmão Ronaldo como vice, num clima de comoção em torno do falecimento do pai, o ex-governador Ronaldo Cunha Lima. Veneziano mostrou, pelo menos até agora, fôlego para elevar Tatiana à condição de competitiva, partindo de baixo.
O ministro Aguinaldo que, no início do micro processo eleitoral mostrou desenvoltura, atraindo o PT em Campina e unindo seu PP aos petistas de João Pessoa, já não existe a mesma performance de antes. Sua candidata Daniella parece padecer de seu recuo, talvez motivado por vozes do Palácio do Planalto.
É claro que a campanha, até agora, foi antes aperitivo para o que realmente vai ainda começar, a partir do guia eleitoral. Mas, ainda que o guia tenha um papel importante nessa guerra, está claro que, no resumo da ópera, o candidato estará tanto melhor quanto estiver a saúde política do seu padrinho até as urnas.
O mesmo não dependem os candidatos que não são ancorados por padrinhos, como são os casos do senador Cícero Lucena e Zé Maranhão, em João Pessoa, e o deputado Guilherme Almeida, em Campina. Estes dependem dos próprios esforços para tocar a sua campanha.