Nunca mais para o antissemitismo! Confira com Palmarí de Lucena
O escritor Palmarí de Lucena alerta, em sua crônica “Nunca mais!”, para os riscos da volta do antissemitismo, em função, na maior parte dos casos, do comportamento de políticos ultranacionalistas. Também, de certa forma, com o desvanecer da memória em relação ao holocausto dos judeus, então o alerta para os riscos que podem decorrer do retorno dessas práticas nazistas:
Holocausto, uma palavra invocando imagens de brutalidade tão profundas, que se torna difícil para a mente humana compreender. Setenta e cinco após a libertação de Auschwitz em janeiro de 1945, pelo então exército soviético, a memória coletiva está desaparecendo gradualmente, novas ondas de antissemitismo surgindo em praticamente todos recantos da terra. Fenômeno crescendo similar a Europa em 1930, quando o Fascismo se alastrou pela paisagem do Continente.
Historiadores argumentam que o entendimento do Holocausto deve ir mais além do conhecimento de fatos históricos ou sentimentos de tristeza e pena pelas vítimas, é de grande importância enfatizar os valores que possam evitar que a história se repita. Devemos, portanto, continuar lutando contra o nacionalismo, nativismo e racismo, enfatizando a tolerância, antirracismo, liberdade de expressão e direitos humanos, como peças fundamentais do Estado Democrático de Direito. “Respeito ao direito alheio é a paz”, nos ensinou o mexicano Benito Juarez.
O historiador Amos Goldberg da Hebrew University de Jerusalém, sugere que o antissemitismo atual não está se espalhando devido a ignorância sobre o Holocausto, sugerindo que o principal motivo é a crescente influência de políticos ultranacionalistas. Argumentando também que Israel tem uma parcela da culpa, citando especificamente as políticas do Primeiro Ministro Natanyahu, importante protagonista na aliança liberal ultranacionalista formada por países como a Hungria de Orbán, as Filipinas de Duterte, os EUA de Trump, apoiada por líderes afins.
Episódios de antissemitismo também estão ocorrendo no Brasil, fazendo integrantes da comunidade judaica temerosos de uma forte onda de preconceito e intolerância, reflexo e espelho da polarização, radicalização e extremismo afetando as atitudes do povo brasileiro, repercutidos na visão de pessoas e instituições sobre minorias, orientação sexual, liberdade de pensamento e de expressão.