Mais do mesmo no início do guia eleitoral
Quando se inicia uma campanha, os candidatos, especialmente os que estão em desvantagem, sempre apostam em quatro variáveis: o pré-lançamento, a formação das alianças, a largada pós-convenções e o… guia eleitoral com os debates. São as quatro chances que os candidatos têm para mostrar viabildade eleitoral.
Alguns não se apresentam bem, mas se recuperam na formatação das coligações. Quando perdem essas duas chances apostam na largada, que compreende o início da propaganda de rua com a mobilização da militância. Quando nada disso dá certo, então só resta apostar as fichas no guia e nos debates.
Dos quatros candidatos com mais chances na disputa, pode-se dizer, com base nas pesquisas até agora divulgadas, que Zé Maranhão (PMDB) e Cícero Lucena (PSDB) se saíram bem nas três primeiras etapas. Surgiram bem na cena da disputa, formaram alianças convincentes e largaram bem após as convenções.
Luciano Cartaxo (PT) começou meio devagar, mas ganhou empuxo com o apoio do prefeito Luciano Agra, na formação das alianças. Já Estelizabel Bezerra (PSB) só cumpriu bem a tarefa de formar sua coligação. E seu principal trunfo é o governador RC, que não anda de bem com a popularidade.
Nos debates até agora realizados nada ocorreu de extraordinário que fosse capaz de mudar esse cenário. A rigor, a rigor, quem realmente se saiu melhor foram os candidatos dos partidos considerados menores, como Antônio Radical (PSTU), Renan Palmeira (PSol) e Lourdes Sarmento (PCO). Com mais pegada.
É compreensível que todas as expectativas recaíssem no guia eleitoral que, oficialmente, pelo menos para os candidatos a prefeito, começou nesta quarta-feira (dia 22). E, vamos combinar, talvez pode ser a estreia, não apresentou um fato formidável em condições de sinalizar uma mudança surpreendente.
Claro, é preciso dar mais tempo aos candidatos e seus marqueteiros. O início é sempre de prospecção. Mas, o que se apurou? Maranhão estreou com agressividade, afirmando que sua marca será o combate à corrupção na Prefeitura e que pretende tirar “João Pessoa das páginas policiais”. Mirou Agra ou RC?
Estelizabel insistiu na tese da continuidade de um suposto projeto girassol e procurou enfatizar o que se tornou bordão em sua campanha, de ser preparada para administrar a cidade. Cartaxo mostrou um guia mais light, abordando o candidato família e assumindo Luciano Agra com o patrono de sua candidatura.
Cícero optou por harmonizar seu guia com a imagem que cultivou de serenidade nos últimos tempos, sobretudo com certa áurea de mártir. Radical, Lourdes e Renan (especialmente na rádio) seguiram na linha dos partidos mais críticos em relação ao atual status quo. Podem angariar fatias do voto de protesto.
A menos que alguns candidatos mudem o guia para uma ofensividade mais eficiente, o guia pouco poderá mudar no atual desenho da disputa. Então, para esses desenganados só restará apelar. Ou seja, aliciar lideranças, especialmente comunitárias a peso de ouro, e mobilizar a máquina pública ao alcance da mão.