CALVÁRIO DA SAÚDE Daniel revela que orcrim liderada por Ricardo Coutinho recebia R$ 350 mil mensais apenas de uma conta
Há várias revelações na denúncia formulada pelo Ministério Público (Gaeco) contra o ex Ricardo Coutinho, especificamente no episódio das caixas de vinho contendo cerca de R$ 900 mil. Segundo apurou a força tarefa, Daniel Gomes da Silva revelou fazer repasses mensais em torno de R$ 350 mil ao ex-governador, desde a celebração do contrato com a Cruz Vermelha gaúcha em julho de 2010.
O dinheiro, ainda conforme as investigações, era destinado, numa espécie de conta corrente, “ao incremento patrimonial de seus membros (enriquecimento ilícito) e ao custeio dos planos de manutenção no poder por seu núcleo político (compra de votos); tal “conta” era controlada pelo presente denunciado, mas gerenciada diretamente por Livânia Farias, com o auxílio do também colaborador Leandro Nunes”.
O detalhe é que, em agosto de 2018, o mesmo Leandro foi flagrado recebendo uma caixa de vinho com cerca de R$ 900 mil, em um hotel do Rio de Janeiro, de Michele Louzada Cardoso, que era secretária particular do lobista Daniel Gomes da Silva, comparsa de Ricardo Coutinho, conforme apontam as investigações.
Ora, meu caro Paiakan, se de apenas uma operação, a organização criminosa liderada por Ricardo Coutinho e desbaratada pelo Gaeco, “pagava” R$ 350 mil por mês, dá pra imaginar quanto a orcrim chegou a amealhar nos oito anos que havia o conluio do governo do Estado com as organizações sociais, como a Cruz Vermelha gaúcha e Ipcep.