CASO DAS CAIXAS DE VINHO Juiz se averba suspeito em denúncia do Gaeco contra Ricardo Coutinho
Surpresa na denúncia formulada pelo Ministério Público (Gaeco) contra o ex Ricardo Coutinho, no caso da caixa de vinhos com R$ 900 mil e protocolado na 5ª Vara Criminal. Nessa sexta (dia 15), o juiz Giovanni Magalhães Porto declarou-se impedido ou suspeito e deixou o processo. Com isso, caberá ao Tribunal de Justiça redistribuir os autos para outro magistrado.
Considerado um juiz linha dura, já é a segunda vez que se averba suspeito em processos que tramitam no âmbito da Operação Calvário. O primeiro foi em relação ao ex-procurador Gilberto Carneiro, em ação que trata da apropriação indébita de uma caminhonete nas eleições de 2010, que pertencia a um empresário do setor de limpeza urbana. Gilberto foi acusado de se negar a devolver o veículo.
A denúncia protocolada pelo MP traz a responsabilização penal de Ricardo Coutinho em “evento criminoso em que Leandro Nunes Azevedo esteve no Rio de Janeiro/RJ, em agosto de 2018, por ordem de Livânia Maria Farias e sob o comando maior do ora denunciado Ricardo Vieira Coutinho, e ali dolosamente recebeu cerca de R$ 900.000,00 (novecentos mil reais) das mãos de Michelle Louzada Cardoso, então secretaria de Daniel Gomes da Silva.”
Além de ser apontada como autor intelectual, Ricardo Coutinho também era “o destinatário final de todos os valores ilícitos angariados pela Orcrim telada, gozava o denunciado das vantagens políticas proporcionadas por eles, especialmente no caso sob exame, em que parte do supracitado montante foi utilizado no plano da organização criminosa de manter a captura do poder político do Estado da Paraíba, o que era fundamental para a continuação dos esquemas de desvios de verbas públicas encetados”.
A denúncia também aponta o envolvimento de Ricardo Coutinho em outros escândalos como o Jampa Digital, Caso Cuiá e Garí Milionário da Emlur, em que se percebe uma semelhança no modus operandi da organização criminosa liderada por ele.