CRIME DE BRUNO ERNESTO (vídeo) Processo está parado com magistrada há mais de um ano e caso pode terminar no CNJ
Há mais de um ano o processo que trata das investigações do assassinato de Bruno Ernesto encontra-se com a juíza Francilucy Rejane Sousa Mota (2º Tribunal do Júri), sem tramitação. Em maio do ano passado, como se sabe, o promotor Marcus Leite emitiu parecer pelo seu arquivamento e os autos foram remetidos para decisão da magistrada. Desde então, reina o silêncio.
Segundo juristas ouvidos pelo Blog, a magistrada poderia acatar o pedido de arquivamento do processo do promotor, negar o parecer de Marcus Leite e denunciar o ex Ricardo Coutinho (investigado como suspeito de mandante) ou, simplesmente, averbar-se suspeita. Não há, nesses casos, um prazo limite para a magistrada se pronunciar. Mas, a demora começa a incomodar, inclusive outros setores do Judiciário.
Não será também surpresa se familiares de Bruno Ernesto acionarem a magistrada junto ao Conselho Nacional de Justiça, dada a demora em se manifestar nos autos, conforme o Blog pode apurar.
Inquérito – Importante pontuar que esse processo refere-se ao Inquérito 1.200, que tramitou no Superior Tribunal de Justiça, por iniciativa do Ministério Público Federal. O detalhe é que, durante todo o período das investigações, em Brasília, não houve pedido de arquivamento do processo. Um entendimento diverso do que teve o promotor Marcus Leite, que emitiu seu parecer poucos dias após receber os autos.
O processo deixou de tramitar no STJ e “desceu” para o Judiciário da Paraíba depois que o ex Ricardo Coutinho perdeu o foro privilegiado, ao deixar o governo do Estado. Ricardo Coutinho foi investigado pelo MPF por suspeita e envolvimento no crime de Bruno Ernesto.
Suspeição – Os advogados Aluízio Lundgren Corrêa Regis e Herman Lundgren Corrêa Regis argumentam, em seu pedido de suspeição, que o promotor tem uma proximidade óbvia com o investigado Ricardo Coutinho, já que é genro de Carlos Pereira, superintendente do DER, e um dos auxiliares mais ligados ao ex-governador, além de ser primo do secretário Hervázio Bezerra, que foi líder do governo RC.
Quanto à juíza Francilucy, a argumentação fundamenta no fato dela ser nora da Emília Brandão, vice-prefeita de Mataraca, filiada ao PSB, e uma das militantes mais próximas do ex-governador, conforme atesta farta documentação anexa. Como se sabe, Marcus Leite emitiu parecer pelo arquivamento do processo investigatório contra Ricardo Coutinho. Francilucy ainda não se manifestou nos autos.
A mãe – “Eu espero, há sete anos, que a Justiça dê uma resposta ao bárbaro assassinato de meu filho, diante de todo um arsenal de indícios de execução, a começar pelo fato de que a arma e as munições utilizadas no crime que eram de propriedade do Estado e o governo, em nenhum momento, se manifestou sobre o assunto, e sequer deu satisfações à sociedade”, declarou Inês.
O crime – Quando foi assassinado (em 7 de fevereiro de 2012), Bruno Ernesto era diretor de Infraestrutura e Suporte da Prefeitura de João Pessoa, por isso sua inevitável associação com o escândalo do Jampa Digital, já que ele era um dos coordenadores do programa que, dois anos depois, foi escândalo nacional, com uma extensa reportagem do Fantástico (Rede Globo). Mais em https://goo.gl/q8u8Jd.
Naquela noite de fevereiro, por volta das 19h, Bruno foi sequestrado pela quadrilha nas proximidades de sua residência, no bairro dos Bancários, colocado na mala do próprio carro (Corsa Sedan) e levado a uma área deserta da Zona Sul. Após se apropriarem de seus bens, inclusive um notebook, ele foi assassinado com um tiro na nuca, mesmo pedindo para não ser morto. Revelação de um dos criminosos.
Os suspeitos foram presos quando dirigiam o carro por um bairro de João Pessoa. Segundo o inquérito, concluído poucos meses depois, o caso foi de latrocínio. Os sete foram julgados e condenados, com pena máxima. E o caso foi dado como encerrado. Porém, por iniciativa da família, descobriu-se que a arma e as munições utilizadas no crime tinham sido adquiridas pelo governo do Estado. E o governo nunca deu explicações para este fato.
Execução – O tiro na nuca, para a Polícia, é sinal de execução. Às vezes, por encomenda. Em entrevista à Imprensa, alguns bandidos chegaram a admitir terem sido contratados para realizar “o serviço”.
Mais sobre a reportagem com entrevistas com os bandidos em http://goo.gl/Terk9f