OPERAÇÃO CIFRÃO Presidente da Fiep e diretor do Sesi são alvos e investigações indicam fraude em licitações e superfaturamento de obras
A Paraíba segue no itinerário das fraudes com dinheiro público. A Operação Cifrão, deflagrada esta manhã (quinta, dia 2), investiga um esquema criminoso de fraude em licitações, desvio de recursos públicos e lavagem de ativos, envolvendo obras executadas pelo Sesi (Serviço Social da Indústria) no Estado e cumpriu 28 mandados de buscas a apreensão.
Conforme as investigações, nada menos do que R$ 7,6 milhões teriam sido movimentados em João Pessoa, Campina Grande, Bayeux, Patos, Sousa e Rio Tinto. A operação é resultado de atuação conjunta do Ministério Público Federal, Polícia Federal, Controladoria-Geral da União e do Gaeco, a força tarefa que identificou fraudes em licitações bem como vínculos entre empresas licitantes e pessoas ligadas ao sistema “S” da Paraíba (Fiep e Sesi).
Dentre os nomes indicados constam do empresário Francisco Benevides (Buega) Gadelha e Marcone Taddadt Rocha, diretor do Sesi. Alvo da Operação Cifrão, Buega) Gadelha, já havia sido preso na Operação Fantoche, em fevereiro de 2019.
Informações obtidas por quebra de sigilo bancário indicaram movimentações atípicas, como repasse de valores recebidos pelas empresas contratadas para pessoas físicas e jurídicas ligadas à Fiep (Federação das Indústrias do Estado da Paraíba). Somente em superfaturamento, as estimam apontam R$ 2 milhões em três obras de construção e reforma de Centros de Atividades do Sesi.
Desvios – Segundo o procurador da República Renan Paes Felix, “os recursos destinados ao financiamento do chamado Sistema S, obtidos mediante recolhimento de contribuições cobradas das empresas, devem ser utilizados para a consecução das finalidades de interesse público para às quais foram instituídos, e o seu manejo deve observar princípios constitucionais da Administração Pública, como a impessoalidade e moralidade.”