DESCASO COM A SAÚDE Hospital inaugurado há 2 anos segue fechado sem receber pacientes mesmo com pandemia
Uma revelação do Conselho Regional de Medicina da Paraíba, nesta quinta (dia 27), surpreendeu, especialmente pelo momento em que o mundo passa, em meio à pandemia do coronavírus. Segundo o CRM, parece mentira mas o Hospital Luiz Olegário da Silva, de Cacimba de Centro (170 Km de João Pessoa), apesar de inaugurado desde 2018, nunca… funcionou.
A unidade dispõe de uma área de mais de 1,7 mil metros quadrados, possui respiradores, bloco cirúrgico e radiografia. Mas, não recebe pacientes. Os pacientes da cidade são atendidos no hospital municipal Isabel Moreira de Souza, que só tem um médico de plantão 24 horas, não possui respirador, não faz monitorização dos pacientes vítimas da Covid-19, não tem laboratório especializado, nem realiza exame de imagens. Impressionante.
“Encontramos um grande paradoxo na cidade. Enquanto há um atendimento precário no hospital municipal, há um amplo e importante equipamento de saúde sem estar em funcionamento, inaugurado há quase dois anos. Faltam alguns reparos e instalação de alguns equipamentos, mas o hospital tem uma estrutura excelente para atender a população da região”, lamentou Antônio Henriques, vice-presidente do CRM.
Conforme Bruno Leandro de Souza, conselheiro e membro da Comissão de Enfrentamento ao Coronavírus do CRM, “o hospital municipal, que atende a população atualmente, não realiza o fluxo bidirecional dos pacientes com suspeita de Covid-19, ficando todos na mesma recepção.”
E ainda: “Se tiverem algum sintoma gripal ou suspeita de infecção pelo novo coronavírus são encaminhados para uma unidade básica, nos casos leves. Os casos moderados e graves ficam em isolamento para serem transferidos para a UPA de Guarabira, que é a única unidade de referência Covid para o Brejo paraibano.”
Dados – Cacimba de Dentro possui 17,2 mil habitantes e, desde o início da pandemia da Covid-19, já registrou 138 casos de infecção pelo novo coronavírus e um óbito, conforme dados da Secretaria Estadual de Saúde. Em dezembro de 2018, a unidade deveria possuir 28 leitos, sendo seis para observação adulto, dois leitos de observação pediátrica, sala de estabilização de pacientes graves, sala de procedimentos e pequenas cirurgias, inaloterapia e enfermarias climatizadas.
Após a visita desta segunda-feira, o CRM-PB vai elaborar um relatório que será encaminhado aos gestores estaduais e municipal, além do Ministério Público.
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