As investigações do Gaeco, junto ao patrimônio do ex Ricardo Coutinho, indicam que ele teria tentado ocultar bens, logo após a decretação da Operação Calvário, em 14 de dezembro 2018. Segundo relatório do Ministério Público, em 5 de janeiro de 2019, ou seja, menos de 20 dias depois, o ex-governador passou um de seus imóveis, um apartamento em Cabo Branco, para seu filho Ricardo Cerqueira Leite Vieira Coutinho (Rico Coutinho).
Além do mais, e ainda segundo as investigações, o Sítio Angicos, que não consta na relação de seus bens, seria na verdade de sua propriedade. Conforme dados levantados pela força-tarefa, além conta de energia da fazenda estar em seu nome, foi possível encontrar documentos, indicando a entrega de mercadorias em seu nome, no mesmo sítio, comprovando a sua propriedade no imóvel.
Do despachou do desembargador Ricardo Vital, o ex Ricardo Coutinho é apontado como o chefe da organização criminosa, para desviar recursos públicos e manter em funcionamento o esquema para enriquecimento ilícito e financiamento de campanhas eleitorais. Era também o “responsável direto” por todas as tomadas de decisão do esquema criminosa montado na Paraíba, desde que assumiu o governo, em janeiro de 2011.
Pra entender – O desembargador Ricardo Vital, relator dos feitos da Operação Calvário, determinou o sequestro de R$ 134,2 milhões nas contas do ex Ricardo Coutinho e demais envolvidos na organização criminosa que foi desbaratada pelo Gaeco. Este é o valor que foi apurado pela força-tarefa relativo ao desvio de recursos da Saúde, especialmente através de organizações sociais, como a Cruz Vermelha gaúcha e o Ipcep.
Com a decisão, ficam automaticamente bloqueados os ativos financeiros dos réus até o valor de R$ 134,2 milhões. E, de acordo com a decisão, caso o valor dos ativos não seja suficiente para atingir o montante, ficam bloqueados os veículos e imóveis que estejam em nome dos réus até que o valor mínimo seja atingido.