O que falta combinar entre Cássio e Ricardo nessas eleições?
Durante o debate promovido pelo Forum dos Servidores, o candidato tucano Romero Rodrigues já havia afirmado que é “aliado, mas não subserviente” ao governador Ricardo Coutinho. Sua resposta, em tom ácido, ocorreu quando pressionado por adversários a cobrar do Governo, que apoia, ações em favor de Campina Grande.
Depois, quando indagado se o governador, que é seu aliado, irá subir em seu palanque, o tucano voltou a demonstrar certo azedume, respondendo apenas: “Isso tem que ser perguntado a ele.” Mais adiante, voltou a bater no mesmo diapasão: “Eu tenho autonomia, apoiei o governador, mas não deixo de cobrar por Campina Grande.”
Há poucos dias, a candidata Estelizabel Bezerra, também quando perguntada sobre a participação institucional do senador Cássio Cunha Lima no guia de Cícero Lucena, disparou: “Eu acho isso uma lástima. Eu acho que ele sabe das consequências, sabe que isso terá desdobramentos e não é bom para a aliança que firmamos.”
Na sequencia, quando questionado pela Imprensa sobre a participação do senador seu aliado no guia de Cícero, seu adversário, o governador quis desconversar, afirmando inicialmente que não anda lendo notinhas de jornais, nem blogs, mas terminou por deixar escapar uma frase interessante: “Cada um faz o que acha certo.”
Para coroar, o próprio secretário-executico do PAC, Ricardo Barbosa, vem a público estranhar a participação do senador Cássio no guia de Cícero, admitindo que essa atitude pode ser ruim para o futuro da aliança com o governador. Ricardo Barbosa que, até pouco tempo, era afilhado do senador Cássio e também de Cícero.
Agora, quando se sabe que, nem Barbosa, nem Estelizabel falariam o que falaram sem autorização expressa de Ricardo Coutinho, ficam muitas indagações no ar. Será que RC foi mesmo barrado no palanque de Romero? Será que o senador Cássio participou do guia de Cícero sem combinar com Ricardo Coutinho? Ou é tudo jogo de cena?
Eu acredito, meu caro Paiakan, que o certo para acabar com essas especulações seria o governador ir a Campina Grande e subir logo no palanque de Romero. Será que ele vai querer arriscar uma aliança tão sólida com Cássio, que o elegeu em 2010, por conta de um mero detalhe? Seria tão somente um gesto de gratidão a Cássio e Romero, que o apoiaram em 2010, e, sobretudo a Campina, que lhe deu 60 mil votos de vantagem.