PARAÍBA NA ROTA DA COCAÍNA – PF cumpre 189 mandados e apreende aviões, dinheiro e drogas na Operação Além-Mar em 13 Estados
A Paraíba está no circuito do tráfico internacional. Foi o que anunciou a Polícia Federal em Pernambuco, ao deflagrar, na manhã desta terça (dia 18), a Operação Além-Mar,que investiga um esquema de tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro. No total, 189 mandados estão sendo cumpridos em 13 estados do país, incluindo a Paraíba.
De acordo com as investigações, iniciadas em 2018, quatro organizações criminosas autônomas, que atuavam em conexão, são suspeitas de viabilizar o tráfico de toneladas de cocaína, que foram exportadas para a Europa via portos brasileiros, especialmente do Porto de Natal (RN). Mas, também da Paraíba.
Mesmo diante da situação de emergência de saúde pública e o isolamento social imposto, o esquema criminoso não foi interrompido, tendo sido apreendidos entre os meses de março de 2020 e julho de 2020 mais de 1,5 tonelada de cocaína.
Além disso, foi determinado pela Justiça o sequestro de sete aviões, cinco helicópteros, 42 caminhões e 35 imóveis urbanos e rurais (fazendas) ligados aos investigados e ao esquema criminoso, além do bloqueio judicial do valor de R$ 100 milhões.
A operação estendeu-se pelos Estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e São Paulo.
Modus operandi – O modus operandi era dividido em três fases: internação da cocaína pela fronteira com o Paraguai e armazenamento no interior de São Paulo, transporte interno da droga para as regiões de embarque marítimo e armazenamento em galpões, além do transporte internacional mediante embarque da droga em navios de carga (contaminação de containers) ou veleiros.
Ramificações – A organização era dividida em quatro seções. A primeira é estabelecida em São Paulo, promovendo a internação de cocaína pela fronteira com o Paraguai, distribuindo-a no atacado para organizações criminosas estabelecidas no Brasil e na Europa.
A segunda, estabelecida em Campinas, parceira da anterior, recebe a cocaína internalizada no território nacional para distribuição interna e exportação para Cabo Verde e Europa.
A quarta, instalada na região do Braz, atua como banco paralelo, “disponibilizando sua rede de contas bancárias (titularizadas por empresas fantasma, de fachada ou em nome de “laranjas”) para movimentação de recursos de terceiros, de origem ilícita, mediante controle de crédito/débito, cujas restituições se dão em espécie e a partir de TEDs, inclusive com compensação de movimentação havida no exterior (dólar-cabo)“.