Caso Ipep é de morte: a Paraiba já foi um lugar melhor para se viver
Decisão da Justiça é para se cumprir. Mas, como algumas decisões causam perplexidade. É o caso, por exemplo, dessa decisão da Câmara Cível do TJ, que acompanhou entendimento do juiz-relator Aluízio Bezerra e extinguiu o processo que beneficiaria servidores do antigo Ipep.
Aluízio Bezerra é um magistrado muito zeloso, porem é curioso como, pelo menos nesse caso em particular, assumiu uma postura frontalmente contra as pretensões dos servidores em todos os passos em que atuou no processo. E o Governo, que nada tem a ver com isso, comemora.
Nada contra os magistrados, mas tudo a favor dos funcionários, que há quase dois anos travam uma batalha desigual contra o governador Ricardo Coutinho. Um governador que, mal se sentiu entronizado no poder, cuidou de perseguir os servidores que outrora tanto defendia.
Bem, aos olhos do leigo é incompreensível que não se tenha levado em conta o fato dos benefícios salariais terem sido conquistados pelos servidores junto ao Superior Tribunal de Justiça. E que esses mesmos benefícios já haviam sido implantados em folha pelo próprio Estado.
Não se levou em conta a situação em que ficaram os servidores, após terem os seus direitos garroteados pelo governador. Muitos deles, como se sabe, chegaram a se suicidar. Outros morreram com graves problemas cardíacos causados pela arbitrariedade do senhor governador.
Então, quando não se leva mais em conta a vida das pessoas, resta pouco a fazer. Porque, até onde a razão alcança, o Estado deve agir, não para tirar a vida das pessoas, mas para preservá-la. E, nesse caso, o que se viu foi a institucionalização de um massacre do Governo contra os servidores.
Tenho vergonha de estar na Paraiba nesse momento. A Paraiba já foi um lugar melhor para se viver.