BATENDO RECORDES Juiz acata denúncia e Ricardo Coutinho virá réu pela 4ª vez no esquema do Canal 40 desbaratado pelo Gaeco
O ex Ricardo Coutinho caminho célere para bater o recorde como réu em ações penais. A última delas vem do juiz Manoel Abrantes (1ª Vara Criminal de Mangabeira), que decidiu acatar denúncia do Ministério Público da Paraíba, por acusação de fraudes no chamado Canal 40, quartel-general de campanhas do PSB, localizado em Mangabeira, e alvo da Operação Calvário.
Além de Ricardo Coutinho, também foram denunciados seu irmão Coriolano Coutinho, sua irmã Valeria Vieira Coutinho, seu ex-cunhado Paulo Cesar Dias Coelho, os ex-secretários Ivan Burity e Livânia Maria Da Silva Farias (colaboradora), além da ex-assessora Maria Laura Caldas de Almeida Carneiro. Eles formaram uma organização para desviar dinheiro público para a consolidação do esquema, segundo o Gaeco.
Ricardo Coutinho já é réu em pelo menos quatro das sete denúncias apresentadas Gaeco, no âmbito da Operação Calvário. Virou réu como resultado da denúncia da Operação Lavaja 7 (Juízo Final), no caso Lifesa, da caixa de vinho e, agora, do Canal 40.
Denúncia – De acordo com as investigações da força-tarefa, trata-se do uso de dinheiro público repassado pelo esquema criminoso na Cruz Vermelha desbaratada pelo Gaeco, que foi desviado para a aquisição de imóvel (com reformas) conhecido como Canal 40. Na denúncia, o Ministério Público pediu o ressarcimento de R$ 1,6 milhão aos cofres públicos.
O dinheiro, segundo a denúncia, que “foi desviado ilicitamente do tesouro estadual pela Orcrim (via caixa de propina), sendo R$ 100.000,00 (cem mil reais) destinados a aquisição do imóvel, R$1.000,000,00 (um milha o de reais) utilizados na execução das obras de reforma do Canal 40 e, aproximadamente, R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) gastos com o custeio de despesas ordinárias do prédio”.
“Pelos fatos narrados restou demonstrado que Ricardo Coutinho, como líder da empresa criminosa, utilizava-se de interpostas pessoas, algumas delas também integrantes da Orcrim ora denunciadas, para dissimular e ocultar a origem ilícita dos recursos destinados a reforma e decoração do Canal 40”, diz a denúncia, apontando o ex-governador sempre como o cabeça da organização criminosa.
O Gaeco pede ainda “aplicação da perda de cargo, emprego, função pública ou mandato eletivo dos réus como efeito da condenação”. Caso a Justiça acate a denúncia, o ex-governador poderá, inclusive, se demitido de quaisquer cargos que, atualmente, ocupe. O que poderá incluir a presidência da Fundação João Mangabeira.
Triangulação – O imóvel, de propriedade da Cinep, foi inicialmente destinado à empresa Vann Indústria e Comércio de Persianas que, sem a autorização da Cinep, e em desacordo com o contrato firmado, negociou/transferiu o imóvel com a Fidele Cosméticos que por sua vez negociou com Paulo Cesar Dias Coelho. Quando Paulo César divorciou-se de Valéria, repassou o imóvel para a ex-mulher.