RECORDE MILIONÁRIO NA CALVÁRIO Justiça já determinou três bloqueios de bens de Ricardo Coutinho após denúncias de MPF e Gaeco
O ex-governador Ricardo Coutinho, com o desfecho da Operação Calvário 9, já teve bens bloqueados em pelo menos três (mais uma) decisões judiciais, a pedido do Ministério Público Federal e do Estado. Na primeira, pelo juiz José Guedes (no valor de R$ 6.597.146,19), depois, pelo desembargador Ricardo Vital (para ratear R$ 134,2 milhões com demais envolvidos) e, finalmente, nessa terça (dia 27), pelo ministro Francisco Falcão (R$ 2,2 milhões).
HISTÓRICO
20 milhões – Em 17 de junho, o juiz José Guedes (3ª Vara Criminal) determinou o bloqueio de R$ 20 milhões nos bens de Ricardo Coutinho e mais oito indiciados no âmbito da Calvário. Além do ex-governador, integram a lista Waldson, Gilberto, Ney Suassuna, Fabrício Suassuna, Aracilba Rocha, Edmon Gomes da Silva Filho, Saulo de Avelar Esteves e Sidney da Silva Schmid.
Segundo despacho do juiz, a acusação referiu-se à contratação da Cruz Vermelha gaúcha, em julho de 2011, para terceirizar a administração do Hospital de Trauma. A denúncia tem, entre outros elementos incriminadores, a delação do lobista Daniel Gomes da Silva, representante da Cruz Vermelha, que entregou mil horas de gravações, em diálogo com Ricardo Coutinho e outros envolvidos.
A parte de Ricardo Coutinho foi fixada em R$ 6.597.146,19.
R$ 6.597.146,19 – Em 30 de junho, o juiz Wolfram da Cunha Ramos (3ª Vara Criminal) determinou o bloqueio de R$ R$2.492.194,00, de uma poupança de previdência privada e mais quatro imóveis de Ricardo Coutinho, totalizando os R$ 6.597.146,19 já bloqueados por José Guedes. Sendo que, somente um dos imóveis, uma casa no Condomínio Bosque das Orquídeas, no Altiplano, teria sido adquirida por R$1.767.000,00.
A decisão partiu do magistrado ao indeferir um recurso do ex-governador para suspender o bloqueio de bens já realizado na decisão anterior.
134 milhões – Em 29 de julho, o desembargador Ricardo Vital, relator dos feitos da Operação Calvário, determinou o sequestro de R$ 134,2 milhões nas contas do ex-governador Ricardo Coutinho e demais envolvidos na organização criminosa que foi desbaratada pelo Gaeco.
Este foi o valor que apurado pela força-tarefa relativo ao desvio de recursos da Saúde, especialmente através de organizações sociais, como a Cruz Vermelha gaúcha e o Ipcep.
Foram citados, além de Ricardo Coutinho, seus irmãos Coriolano e Raquel Coutinho, seu advogado Francisco das Chagas Ferreira, as deputadas Cida Ramos e Estelizabel Bezerra de Souza, afora a prefeita Márcia Lucena, os ex-secretários Aracilba Rocha, Gilberto Carneiro, Edvaldo Rosas, Cláudia Veras e Waldson Dias, que formavam o chamado núcleo duro do esquema.
Também foram citados: Aldemar Ábila, Breno Dornelles Pahim filho, Breno Dornelles Pahim Neto, Bruno Miguel Teixeira de Avelar Pereira Caldas, Benny Pereira de Lima, David Clemente Monteiro Correia, Denise Krummeanuer Pahim e Geo Luiz de Souza Fontes.
E ainda Hilario Ananias Queiroz Nogueira, Jair Éder Araújo Pessoa Júnior, Jardel da Silva Aderico, José Arthur Viana Teixeira, Keudison Samuel de Sousa Santiago, Márcio Nogueira Vignoli, Maurício Rocha Neves, Ney Suassuna, Saulo Pereira Fernandes e Vladimir dos Santos Neiva.
R$ 23,4 milhões – Em 27 de outubro, o ministro Francisco Falcão, relator da Calvário no Superior Tribunal de Justiça, determinou o bloqueio total de R$ 23,4 milhões dos bens de Ricardo Coutinho, o conselheiro Arthur Cunha Lima e o ex-procurador Gilberto Carneiro e mais onze pessoas flagrados na Operação Calvário 9.
As investigações apontam o pagamento de R$ 500 mil para a aprovação das contas do Estado e da Cruz Vermelha do Brasil, referentes ao ano de 2012 e se baseiam nas delações de Daniel Gomes e Michele Mouzala. O pedido foi feito pela Ministério Público Federal.
Tiveram bens bloqueados: Ricardo Coutinho, Gilberto Carneiro, Arthur Cunha Lima, Arthur Cunha Lima Filho, Diogo Mariz, Maia & Mariz Advogados Associados, Sérgio Ricardo Ribeiro Gama, todos R$ 2,28 milhões cada. Mais: SG Construções e Locações de Máquinas, Cidade Inteligente Goiana Construções, Sérgio Ricardo Pereira Gama Filho, Seven Softwares Sistemas e Serviços, Sumária Editora, Lúcio Parede Cunha Lima, com R$ 1,01 milhão cada e, finalmente, Keydson Samuel Sousa Santiago (R$ 2,6 milhões).