DURANTE PANDEMIA Paraíba acumulou até outubro déficit na balança comercial de US$ 302,3 milhões, aponta UFPB
A Paraíba acumula um déficit comercial da ordem US$ 302,3 milhões (cerca de R$ 1,5 bilhão) entre janeiro e outubro deste ano, de acordo com levantamento realizada pelo Labimec (Laboratório de Inteligência Artificial e Macroeconomia Computacional) da Universidade Federal da Paraíba.
Exportações – No período, as exportações somaram US$ 91 milhões, 10% inferior ao mesmo período do ano passado. As importações, US$ 393,3 milhões, 18,4% menor do que entre janeiro e outubro de 2019.
Com destaque para o setor de calçados (49% do total), a área industrial é a mais relevante para as exportações paraibanas. O principal destino das exportações da Paraíba são os Estados Unidos, com 23% de participação, seguido de França (12%) e Austrália (7,8%).
Entre os municípios, Campina Grande foi a cidade com maior volume de exportações entre janeiro e outubro deste ano, cerca de US$ 43,65 milhões, que equivalem a 53,2% de todo o montante exportado pelo Estado.
Diz o estudo que, no acumulado, os principais produtos vendidos para o exterior foram calçados de borracha e de plástico. Os principais compradores dos produtos de Campina Grande são a Austrália, a França e a Bélgica, responsáveis por cerca de 44% do que é exportado pelo município.
Importações – Os produtos industrializados também são os bens com maior participação nas importações da Paraíba, 79% no total. Os produtos mais importados são o trigo e o centeio não moídos (12%) e os óleos brutos de petróleo ou de minerais (9%).
As principais importações da Paraíba advêm dos Estados Unidos (27%), da China (20%) e da Argentina (14%). Com relação às importações, a capital paraibana é o município que apresenta o maior volume transacionado, cerca de US$ 171,12 milhões no mesmo período, que corresponde a 43,5% do total de importações da Paraíba.
Os produtos mais comercializados são óleos de petróleo e malte. Os principais países dos quais João Pessoa importa são os Estados Unidos, a China e o Uruguai (somados equivalem a quase 90% do valor total importado).
Relação comercial – Segundo o professor Cássio Besarria, coordenador Labimec, “o comércio exterior é o fluxo de transações de bens e serviços entre países e responde por uma parcela relevante do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Nesse sentido, nosso estudo apresenta indicadores essenciais para entendimento da relação comercial da Paraíba com o restante do mundo”.
E ainda: “Na comparação do terceiro trimestre de 2020 com o mesmo período do ano de 2019, constatamos que houve uma depreciação da taxa de câmbio, ou seja, o dólar passou a ser mais caro, comparado ao real”, destaca Cássio Besarria.
Perspectiva – O coordenador da pesquisa da UFPB conta que isso fez com que os produtos brasileiros se tornassem mais baratos para serem importados por outros países, favorecendo as exportações de bens e serviços: “Houve uma melhora no saldo da balança comercial do estado nesse período de análise. Mas o estado da Paraíba é caracterizado por, nos últimos anos, possuir uma balança comercial deficitária.”
Este estudo sobre a balança comercial da Paraíba entre janeiro e outubro deste ano contou ainda com a colaboração dos pesquisadores Breno Pereira, Diego Pitta de Jesus e Rennan Medeiros. Os gráficos da análise estão disponíveis no perfil do laboratório da federal paraibana no Instagram.
com Ascom/UFPB