SERIA ATO FALHO? Gervásio fala de evitar “puxadinho” da Câmara Federal mas comandou “puxadinho” da Assembleia no governo RC
Muito curiosas as declarações do deputado Gervásio Maia, meu caro Paiakan, para justificar seu voto no colega Baleia Rossi (MDB) à presidência da Câmara Federal. Gervásio disse acreditar que a eleição de Baleia é uma forma de evitar que a Câmara dos Deputados se transforme em um “puxadinho do Palácio do Planalto”.
Chegou a dizer, durante passagem por João Pessoa, com certo tom de ironia: “Diante dos arroubos autoritários do governo Jair Bolsonaro… é cada vez maior o consenso entre integrantes de diferentes partidos de que a Câmara não pode se constituir em “puxadinho” do Planalto para atender a interesses do presidente da República.”
Uma declaração jocosa, aparentemente inteligente, e que pode até ser pertinente dadas as circunstâncias, mas talvez seja mesmo… um ato falho. Aliás, nem tão falho assim, porque, afinal, o nobre, preclaro e insigne deputado conhece muito bem do assunto. Já esteve como protagonista e gestor de um “puxadinho”.
Até os pombinhos da Praça dos Três Poderes sabem, meu caro Paiakan, que, sob a presidência de Gervásio, a Assembleia da Paraíba, ali mesmo na praça, era, antes de tudo, apenas um “puxadinho” do Palácio da Redenção, mais precisamente do então governo Ricardo Coutinho.
Aliás, essa afirmação era feita com muita frequência pelos próprios deputados da Casa, e o então presidente sequer se dava ao trabalho de negar, quando a Casa aprovava todos os projetos encaminhados pelo então governador, de goela abaixo, inclusive o maior pacote fiscal do País imposto a um Estado pobre.
É por isso, por exemplo, que os consumidores da Paraíba pagam, hoje, os maiores tributos do Pais para sobre uso da água, transmissão de bens, automóveis usados, telecomunicações e tantos outros itens da economia. E o então deputado estadual Gervásio tratava todos os “arroubos autoritários” de Ricardo Coutinho numa boa.