Agra consolida Cartaxo na indecisão de Cícero e Maranhão
Os números das últimas pesquisas realizadas em João Pessoa parecem constatar, entre tantas, duas realidades determinantes. Primeiro, é importante ter um padrinho político. Desde, é claro, que ele esteja de bem com a popularidade. Segundo, Cícero Lucena e Zé Maranhão perderam, digamos, o “status” do anti-Ricardo Coutinho que marcou o início da disputa.
Por exemplo, se Luciano, o Agra, foi capaz de catapultar a candidatura de Luciano, o Cartaxo, o mesmo não se pode dizer do governador Ricardo Coutinho em relação à Estelizabel Bezerra. A última pesquisa Ipespe confirma a liderança isolada de Cartaxo (com 28%), enquanto Estelizabel vem, na lanterninha entre os quatro maiores, com apenas 12%. Neste quesito, Agra bate RC.
Agra foi capaz de elevar a candidatura de Cartaxo, a partir do momento em que saiu como vítima no processo de embate contra Ricardo. Está claro. Não se pode, evidentemente, desmerecer o desempenho de sua administração. Mas, foi também marcada por muitos escândalos. Então, o fator determinante aqui foi sua capacidade de peitar Ricardo. Bater em RC lhe deu estatura.
Houve esperteza do governador, no início do processo, quando escalou Edivaldo Rosas para dizer que estadualizar a campanha (leia-se criticar RC) era um tiro no pé. Cícero e Maranhão acreditaram, ou se intimidaram. O governador não queria a estadualização para não apanhar tanto durante a campanha e aumentar sua rejeição. Deu certo, pelo visto. O efeito colateral foi Cartaxo.
No início do processo eleitoral, a rejeição do governador era maior. Se a campanha de Cícero e Maranhão direcionasse sua artilharia contra ele, seus índices de rejeição com certeza teriam piorado e, por efeito reverso, retroalimentado as duas candidaturas. Sua posição sempre foi frágil, tanto que jamais conseguiu consolidar sua candidata, apesar de todos os esforços, públicos e privados.
Mas, enquanto Cícero Lucena e Zé Maranhão direcionaram seus principais petardos contra o prefeito, que estava com a imagem turbinada, ele foi para o enfrentamento contra RC. Assim, passou à condição, pelo menos circunstancialmente, de principal oponente de Ricardo, condição que era de Cícero e Maranhão. Nesse cenário, era esperado que bater em Agra não renderia votos.
O resultado está expresso na última pesquisa Ipespe/Jornal da Paraíba. Enquanto os Lucianos lideram, Cícero vem em segundo, com 23%, enquanto Maranhão foi a terceiro, ostentando apenas 18%. Eles que, no início da corrida eleitoral comandaram o processo, porque eram, de fato, os dois candidatos de oposição com firma reconhecida na praça, abriram mão dessa condição e deu no que deu.