CALVÁRIO COM FORÇA Duas fases da operação cumprem mandados de prisão de Coriolano, Rosas e Pietro
Quem apostava que a Calvário estava desativada teve uma surpresa na manhã desta quinta (dia 4), com, não apenas uma, mas duas fases da operação, que teve como alvo contratos para aquisição de material didático, por parte das Secretarias de Educação do Estado, no ano de 2014, e do Município de João Pessoa, no ano de 2013.
As compras suspeitas realizadas pelo Estado atingiram R$ 4.499.995,50, enquanto as promovidas pela prefeitura chegaram a R$ 1.501.148,60. O desvio apurado foi, segundo a força-tarefa, da ordem R$ 2,3 milhões, “em razão do pagamento de propinas a agentes públicos e políticos”.
Estão sendo cumpridos três mandados de prisão preventiva e 28 de busca e apreensão, em João Pessoa, Cabedelo, Campina Grande e Taperoá, assim como em Brasília (DF), Florianópolis (SC) e São Paulo (SP), expedidos pela 1ª Vara Criminal de João Pessoa.
Os mandados de prisão têm como alvo Coriolano (irmão do ex-governador Ricardo) Coutinho, Edvaldo Rosas, braço direito de Ricardo Coutinho e ex-presidente do PSB, além do empresário campinense Pietro Harley Dantas Félix. Coriolano, como se sabe, já se encontrava preso por descumprir medidas cautelares.
O trabalho conta com a participação de Promotores de Justiça dos Ministérios Públicos Estaduais da Paraíba, do Distrito Federal, de Santa Catarina e de São Paulo, servidores dos Gaecos, auditores da CGU, auditores do TCE/PB e da Secretaria de Estado da Fazenda da Paraíba, além de policiais civis e militares da Paraíba.
Em João Pessoa, mandados são cumpridos nos bairros: Portal do Sol, Cabo Branco, Miramar, Manaíra, Pedro Gondim, Treze de Maio, Jaguaribe, Tambauzinho, Cristo, Cid. Universitária. Também estão sendo cumpridos ordens judiciais em Brasília (DF), Florianópolis (SC) e São Paulo (SP).
Impacto – As irregularidades praticadas pela organização criminosa impactaram fortemente a qualidade do ensino público, prestado à população paraibana. Os fatos ensejaram a propositura de duas denúncias em face de agentes públicos, as quais já foram protocolizadas e distribuídas ao juízo da 1ª Vara Criminal de João Pessoa.
A operação é coordenada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), Controladoria Geral da União, com apoio da Polícia Militar. Em João Pessoa, alguns dos alvos foram um apartamento localizado no bairro de Manaíra, na rua Franca Filho e outro em Quadramares, um condomínio fechado.