A carteirada do governador no motorista eleitor
No governo anterior, o então superintendente do Detran, coronel Francisco, implantou a primeira escola pública de habilitação do País, além de adquirir guinchos para evitar que o motorista, necessitado do serviço, fosse obrigado a pagar (caro) a terceiros. Desmontou um esquema de exploração aos motoristas azeitado por servidores inescrupulosos.
Mas, logo após assumir, nosso ínclito, preclaro e insigne governador Ricardo Coutinho mandou desativar esses e outros programas, que tinham o DNA do ex Zé Maranhão. Agora, em pleno período eleitoral, RC faz régia distribuição de Carteiras de Motoristas, sem que os beneficiados tenham cumprido o número de horas de aulas, exigido pela legislação.
Talvez dentro do bordão de fazer 40 em quatro anos, o Governo faz as 15 horas obrigatórias da aulas em apenas meia hora. Deixa claro por que detonou com a escola de trânsito, que iria beneficiar pessoas sem discriminação. Sem levar em conta que essas pessoas beneficiadas poderiam por em risco a vida das demais, por não terem a devida preparação técnica.
Uma prática que está visivelmente na contramão das leis de trânsito em vigor no País. Outra derrapagem e tanto para um Governo que tem se especializado em não cumprir as leis. Mas, é claro, essas pessoas beneficiadas têm outro documento importante, que é o título de eleitor, e estão, portanto devidamente habilitadas para votar. Podem transitar bem até as urnas.
Mas, para um Governo que está estacionado em lugar impróprio, desde que seu piloto passou a conspirar contra seu antigo discurso, de vereador e deputado, nem chega a ser novidade. Ele próprio que tanto criticava esse tipo de prática em governos anteriores. O que, certamente, surpreende ao cidadão é o governador não receber qualquer autuação pelo flagrante delito.