CALVÁRIO DA EDUCAÇÃO Ricardo Coutinho volta a ser denunciado por supostamente liderar esquema de propina na compra de livros
Não há nada tão ruim que não possa piorar. Pelo menos para envolvidos em escândalos com dinheiro público. O ex-governador Ricardo Coutinho, já incriminado sete vezes no âmbito da Calvário, acaba de ser novamente denunciado nas duas últimas fases da Operação (11ª e 12ª), batizadas de A Origem.
Ricardo foi denunciado junto com seu irmão Coriolano, os ex-secretários Edvaldo Rosas, Gilberto Carneiro, Ivan Burity, Livânia Farias, Márcia Lucena (ex-prefeita do Conde) e Waldson de Sousa, além dos ex-assessores Leandro Nunes e Maria Laura Caldas, empresários, servidores fantasmas, envolvidos num esquema fraudulento de compra de livros.
São eles: o empresário Pietro Harley, Camila Gabriella, Ednazete Raulino, Josefa Dias Barros, José Wamberto de Lima Barros, Patrícia Farias Leite, Patrícia Freire de Lima, Geruza Benedita de Carvalho, Luiz de Sousa Júnior, Ivo Peron Rocha, Carlos Antônio Rangel Júnior, Kallina Lígia Palitot e Maria Lídia Rezende.
Além de Raul Maia, Maria Aparecida Uchôa Rangel (ex-secretária do Conde), Givanilda Nicolau Diniz, Gilberto Cruz de Araújo, Marco Aurélio Paiva, Jadson Alexandre e Givago Correia Barbosa.
Operação – As fases 11 e 12 da Operação Calvário, deflagrada na última quinta (dia 4), cumpriu 28 mandados de buscas e apreensão, além da prisão preventiva de Coriolano (já preso por violar cautelares), Edvaldo Rosas e o empresário Pietro Harley Félix.
Durante audiência de custódia, a Justiça manteve a prisão dos três. O esquema funcionava com o superfaturamento de compras de livros e outros didáticos, e do qual se retirava uma propina que variava de 5% até 45% dos valores pagos, conforme depoimentos de empresários.
As compras objeto das investigações da força-tarefa foram realizadas pelo Estado, em 2014 (ano da reeleição de Ricardo Coutinho) e atingiram R$ 4.499.995,50. O desvio apurado foi, segundo a força-tarefa, da ordem R$ 2,3 milhões, “em razão do pagamento de propinas a agentes públicos e políticos”.
Por conta dos crimes patrocinados pela organização criminosa, o Gaeco pediu o ressarcimento aos cofres públicos de mais de R$ 3 milhões. Entre os crimes capitulados conforme as investigações figuram os de peculato, fraudes em licitações e corrupção.
Quem liderava – Em depoimento, tanto à Polícia Federal, quanto ao Gaeco, o ex-secretário Waldson de Sousa afirmou que Ricardo Coutinho, não apenas sabia dos pagamentos de propinas com recursos da Educação, como ainda da “pleno aval”. O esquema funcionava com o superfaturamento de compras de livros e outros didáticos, e se retirava uma propina que variava de 5% até 45% dos valores pagos, conforme depoimentos de empresários.