Campanha encerra sem uma proposta inovadora
A campanha em João Pessoa vai se encaminhando para o veredicto das urnas, sem que os candidatos tenham apresentado, de forma convincente, uma proposta inovadora para a cidade. No final, o discurso de todos eles praticamente se confunde quando o assunto é saúde, educação e mobilidade, por exemplo. Não houve nada de extraordinário ou revolucionário. Ficou claro no debate promovido pela TV Cabo Branco.
Não venha me dizer, meu caro Paiakan, que prometer geladeira, fogão, panela e pano de prato é uma proposta decente. É essencialmente eleitoreira e hilária, pra não dizer o pior. Prometer tablets não tem nada de novidade. Afinal, esse será mesmo o futuro. Para o poder público é mais econômico distribuir tablets que vários livros por alunos. Ainda mais com um certo Pietro por perto…
Também não ficou claro como um candidato se compromete a dar continuidade ao atual prefeito. Mas, em que? Nos vários escândalos ou apenas em parte deles? Não é uma proposta minimamente consistente. Nem chega a ser uma proposta. Finalmente, prometer acabar com a corrupção não deveria ser proposta de governo, mas um dever de qualquer administrador.
Fora disso o que está ficando dessa campanha? Talvez o sentimento de um debate apenas incipiente sobre o modelo girassolaico, no dizer de Rubens Nóbrega, de gerenciar a Prefeitura. Um modelo eivado de contradições entre discurso e prática, um festival de escândalos e um centralismo ditatorial aboletado na cadeira de chefe. Afora os muitos vícios de um esquema com oito anos no poder.
A João Pessoa do futuro, que muitos esperavam ver nem que fosse numa maquete, passou longe do debate entre os candidatos. A menos que ocorra um milagre, é bem possível que, a partir de janeiro, continuemos a ter uma cidade engarrafada nas atrapalhadas do pessoal do transito, com uma saúde precária e graves problemas na educação.
Espera-se que, pelo menos, não esteja sob o comando de uma ditadura.