PENSAMENTO PLURAL Psicopata – o mentiroso contumaz, por Carla Rojas Braga
O Blog abre espaço para um artigo da psicóloga e psicoterapeuta Carla Rojas Braga, originalmente publicado pelo Jornal do Comércio, em que a psicoterapeuta, que já escreveu vários artigos sobre o assunto, traça, em rápidas pinceladas, a fisiologia de um psicopata. Uma de suas principais características é a mentira como regra, o narcisismo exagerado e a incapacidade de aceitar críticas de outras pessoas. Com este perfil é possível identificar alguns psicopatas que estão à solta na Paraíba. Confira íntegra do texto…
Todo mundo mente de vez em quando, mas temos de distinguir a mentira banal da mentira psicopática. O psicopata usa a mentira como um instrumento de trabalho. Em geral, está tão treinado a mentir que é difícil perceber quando mente. Mente olhando nos olhos e com atitude totalmente neutra e relaxada. Não mente circunstancialmente ou esporadicamente para conseguir safar-se de alguma situação. Ele sabe que mente e não se importa.
Inclusive tem muito prazer em mentir. É o momento em que tenta demonstrar sua superioridade frente aos “tolos” que engana. Diz o que convém e o que acha que esperam ouvir.
Mente com a palavra ou com o corpo, quando simula e teatraliza situações vantajosas para ele, podendo fazer-se de arrependido, ofendido, magoado. É comum priorizar algumas fantasias sobre circunstâncias reais, porque sua personalidade é narcisista e quer ser admirado. Ser o melhor líder do mundo, o mais justiceiro ou o mais injustiçado. Assim, tenta adaptar a realidade a seu personagem, de acordo com a circunstância e com suas necessidades narcisistas. Pode converter-se no personagem que sua mente cria como adequada para atuar com sucesso, dando a todos a sensação de que estão, de fato, frente a alguém verdadeiro.
Tem grande dificuldade para entender os sentimentos dos outros, mas, havendo interesse próprio, dissimula esses sentimentos politicamente desejáveis. É uma pessoa muito fria, sem nenhuma empatia. Nunca se deprime, porque não tem remorso. Não tem freios para impulsividade, o que o move a cometer crimes. Tem baixa tolerância às frustrações. Jamais aceitará os benefícios da advertência e da correção. Pode dissimular durante algum tempo seu caráter antissocial, mas, na primeira oportunidade, volta a agir, o que o torna incorrigível.
Os psicopatas precisam ser apartados do convívio com a sociedade para o bem de todos.
*artigo publicado em https://bit.ly/3q623Tb
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