APÓS A CALVÁRIO – PSB já perdeu 50 prefeitos desde 2016 e mais cinco deputados devem deixar partido
Nas eleições de 2016, o PSB chegou a eleger 53 prefeitos. Hoje, dá pra contar o número de prefeitos do partido nos dedos de uma mão. Menos de cinco. No pleito de 2018, o PSB elegeu nada menos do que oito deputados estaduais. Mas, pelo que circula nos bastidores da Assembleia, a legenda deve perder, pelo menos, cinco parlamentares.
Estão praticamente confirmados para deixar o partido os deputados Adriano Galdino, Buba Germano, Hervázio Bezerra, Pollyanna Dutra e Ricardo Barbosa. Jeová Campos avalia convite para se filiar ao PT, e ainda não definiu seu futuro partidário. Só devem permanecer Cida Ramos e Estela Bezerra.
Pelas regras eleitorais, as mudanças devem acontecer seis meses antes das eleições, ou seja, em março de 2022. Nesse período, os parlamentares poderão mudar de partido sem correr o risco de perderem o mandato, dentro da chamada janela partidária, de acordo com a atual legislação eleitoral.
Desastre – A hecatombe que atingiu o partido tem um nome: Operação Calvário. Depois que a operação, em dezembro de 2018, foi deflagrada o ex-governador Ricardo Coutinho foi atingido em cheio e chegou a ser preso (dezembro de 2019) por suspeita de liderar a organização criminosa desbaratada pelo Gaeco.
As deputadas do partido foram citadas nas investigações. Estela Bezerra também chegou a ser presa e, na sequência, salva pelos seus colegas na Assembleia. Ricardo Coutinho ainda tentou retornar à vida pública, e se arriscou na disputa pela prefeitura de João Pessoa, mas foi derrotado de forma acachapante. Ficou apenas em 6º na disputa.
Pior: por decisão do Tribunal Superior Eleitoral, está inelegível até novembro de 2022, ou seja, não poderá disputar as eleições do próximo ano, que irão ocorrer em outubro. Mais recentemente, perdeu até a presidência da Fundação João Mangabeira, que era uma espécie de válvula de escape.
Assim, com um líder fora de combate, o PSB então está à deriva, perdendo aliados a cada momento. E há, por último, há uma indagação: com quem ficará o partido, com Ricardo Coutinho ou o deputado Gervásio Filho?