DRAMA NA CALVÁRIO… E a improvável delação premiada de Coriolano, o “primeiro-ministro” e Gilberto, o “homem do jurídico”
Dois eventuais processos de delação premiada, que poderiam estabelecer um desfecho para a Operação Calvário, não tem prosperado. E, certamente, os integrantes da força-tarefa não devem contar com elas.
O primeiro deles é o do ex-procurador Gilberto Carneiro, o segundo de Coriolano Coutinho. Coriolano tinha o codinome de primeiro-ministro na organização, enquanto Gilberto era conhecido como o homem do jurídico.
Uma eventual delação de Gilberto poderia exumar informações preciosas de ligações suspeitas entre a organização criminosa desbaratada pelo Gaeco e eventuais atores ligados ao Judiciário e até mesmo do Ministério Público.
Gilberto, como se sabe, era o responsável direto por conduzir as conversações do governo do Estado, durante o governo Ricardo Coutinho, com esses setores, dada, inclusive, sua condição de procurador-geral do Estado.
Já Coriolano Coutinho era, ainda de acordo com a denúncia do Gaeco, desde a Operação Calvário 7, o segundo elemento em importância dentro da Orcrim. Acima dele, só mesmo o chefão da organização.
Há a percepção, entre integrantes da força-tarefa, que não adianta esperar muito por uma delação dos dois. Gilberto talvez não queira se comprometer ainda mais com o Judiciário. E Coriolano, certamente não entregaria o irmão.
Se bem que, no caso de Gilberto, sua situação só tende a se agravar. Somente uma delação premiada, entregando supostos comparsas e mais detalhes da Orcrim, poderia amenizar o estrago em sua biografia penal.
A situação de Coriolano é ainda mais melindrosa. Já teve negado vários pedidos para deixar a prisão, mas a percepção é que poderá arcando sozinho com as denúncias mais pesadas da Operação Calvário.