A repercussão por essas latitudes foi mínima, talvez em função desta insana polarização política que se estabeleceu no País. Quando um lado defende algo, o outro imediatamente condena, sem qualquer parâmetro racional. Enquanto isso, as boas notícias que repercutem fora do Brasil, terminam por não repercutir internamente.
Foi o caso, por exemplo, da edição de 1 de junho último do jornal The Wall Street, um dos mais prestigiados jornais de economia do mundo. Em sua manchete principal, “Brazil’economy bounces back while covid-19 still ranges” (Economia do Brasil se recupera mesmo com os índices da Covid-19, em tradução livre).
Diz o TWS: “Nos dados divulgados terça-feira, a economia cresceu 1,2% em relação ao quarto trimestre, impulsionada pelas exportações agrícolas, levando a maior economia da América Latina de volta ao seu tamanho no final de 2019, antes do início da pandemia. Os economistas previam um crescimento de menos de 1%.”
E ainda: “Outra razão pela qual a economia do Brasil se recuperou tão rapidamente é um dos maiores pacotes de estímulo do mundo. O governo brasileiro gastou o equivalente a 8,3% de sua produção econômica anual no ano passado em estímulos, a maior parte em doações de dinheiro para residentes de até US $ 233 por mês, de acordo com o Fundo Monetário Internacional.”
Não há como desconhecer, meu caro Paiakan, toda a devastação catastrófica trazida pela pandemia, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo. O detalhe, contudo, é que, a despeito dos cruéis efeitos, dos óbitos e dos erros cometidos pelo poder público (federal, estaduais e municipais), o País consegue se reerguer.
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A economia do Brasil voltou aos níveis pré-pandêmicos, impulsionada pelo maior estímulo nos mercados emergentes e um retorno à atividade normal de muitos brasileiros que ignoraram os apelos dos cientistas para permanecerem presos enquanto a Covid-19 se espalha pelo país.
Nos dados divulgados terça-feira (1 de junho), a economia cresceu 1,2% em relação ao quarto trimestre, impulsionada pelas exportações agrícolas, levando a maior economia da América Latina de volta ao seu tamanho no final de 2019, antes do início da pandemia. Os economistas previam um crescimento de menos de 1%.
“As pessoas estavam em alta, gerando PIB, mas a um custo elevado para a saúde pública, como vimos pelos números da Covid”, disse Alberto Ramos, economista do Goldman Sachs. Mas muito do crescimento veio da demanda reprimida durante a pandemia, disse ele, acrescentando que o país ainda está lutando para diversificar sua economia longe das commodities.
“Temos que crescer da maneira mais sustentável, que é por meio do investimento e do crescimento da produtividade, e isso é um desafio para o Brasil”, disse Ramos.
O terceiro trimestre consecutivo de crescimento do Brasil foi impulsionado por um aumento de 5,7% no poderoso setor agrícola do País em relação aos três meses anteriores, bem como um aumento de 4,6% nos investimentos no mesmo período.
Outra razão pela qual a economia do Brasil se recuperou tão rapidamente é um dos maiores pacotes de estímulo do mundo. O governo brasileiro gastou o equivalente a 8,3% de sua produção econômica anual no ano passado em estímulos, a maior parte em doações de dinheiro para residentes de até US $ 233 por mês, de acordo com o Fundo Monetário Internacional.
Isso ajudou a garantir que a economia do Brasil contraísse apenas 4,1% no ano passado, cerca de metade do tamanho da contração econômica em muitos dos vizinhos do Brasil.
O estímulo do Brasil foi o maior de qualquer grande mercado emergente, quase o dobro da porcentagem gasta pela China ou Índia e em comparação com apenas 0,7% do produto interno bruto do México, que viu sua economia contrair muito mais 8,3% no ano passado. A desvantagem para o Brasil é que o governo acumulou dívidas, que hoje estão em 86,7% do PIB – um nível considerado insustentável para os países em desenvolvimento que precisam tomar empréstimos.