LAVAGEM NA CALVÁRIO Investigações avançam após novas descobertas sobre o “caminho do dinheiro” usando “laranjas”
O avanço das investigações do Gaeco sinalizam que a suposta organização criminosa, desbaratada na Operação Calvário, teria utilizado “laranjas”, e poderia ainda estar usando pessoas e empresas de fachada, para lavagem de dinheiro. Novas descobertas avançaram após ser identificado o “caminho do dinheiro” desviado pelo esquema.
Já houve um caso similar, que foi investigado na Calvário, desde a fase 7, que resultou na prisão de várias pessoas, em dezembro de 2019. Um desses casos encontrado pela força-tarefa foi Sonaly Dias Barros, sócia de pelo menos três empresas ligadas a integrantes da Orcrim.
O detalhe é que, de acordo com as investigações, Sonaly seria uma cozinheira, com endereço no bairro do Pedregal, em Campina Grande. Conforme o Ministério Público e a Polícia Federal, a Orcrim usou “laranjas” nas empresas suspeitas de terem relação com familiares de Ricardo Coutinho, considerado o cabeça do esquema.
Foram citados nas investigações, desde julho do ano passado, Coriolano Coutinho (irmão), Raquel Vieira Coutinho (irmã), Sandra Coutinho (irmã), Paulo César Dias Coelho, então esposo de Valéria Vieira Coutinho (irmã).
As informações já constavam, inclusive, na decisão do desembargador Ricardo Vital (16 de dezembro de 2019), que determinou as prisões de 17 pessoas investigadas na Operação Juízo Final.
Caso Sonaly – Sonaly, segundo a força-tarefa, seria proprietária das empresa L & M Lojão do Escritório, desde 2012 e, de acordo com o MP, já figurou como sócia da Alpha & Beta Construções e também da Soluções AP.
A Soluções AP, inclusive, foi citada pela Revista Época (abaixo) por supostas irregularidades no fornecimento de livros para a prefeitura de João Pessoa entre os anos de 2007 e 2010 (gestão Ricardo Coutinho). Mais de R$ 1,7 milhão foram pagos na aquisição de livros, de acordo com o MP.