PENSAMENTO PLURAL Delírios políticos, por Rui Leitão
O delírio é um estado mental em que a pessoa se mostra convicta de que algo pode acontecer, mesmo existindo evidências de que seja incompatível com a realidade. Desprezando o senso crítico, o delirante tem mania de poder, opulência, grandeza, e cria um mundo paralelo em que acredita viver. Profere, compulsivamente, mentiras e ideias estapafúrdias, para justificar seu comportamento ao enfrentar verdades que insiste em renegar.
Na política contemporânea de nosso país, encontramos manifestações de êxtase paranóico, muito próprias de quem se dedica a pronunciar discursos irracionais, falas sem sentido, produzindo narrativas imaginárias, sem qualquer sentido de razoabilidade. Se analisarmos bem, são agentes do desespero. A falta de lucidez com o intuito de cancelar reflexões que possam despertar consciências vítimas do engano estratégico.
Os delirantes políticos não se sensibilizam com catástrofes sociais, porque pensam exclusivamente nos seus projetos pessoais de manutenção de poder. O delírio predominante ameaçando a estabilidade sócio-política da nação. Frases contendo barbaridades kafkianas destrutivas e alimentadoras de ódio entre os brasileiros, fazendo parte desse delírio político que vem sendo praticado pelos que estão eventualmente no poder.
O Brasil imaginário desenhado, firmado nos sonhos autoritários e negacionistas, não é o que a sociedade percebe como real. É evidente o planejamento da destruição da democracia. Afrontando a Constituição, escancara o desejo de impor na marra vontades que agridem o Estado Democrático de Direito. Ficamos, então, a perguntar, qual será o custo para que se coloque fim a tantos delírios?
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