CALVÁRIO DO DETRAN Gaeco encontra procuração dando a Coriolano poderes para gerir contrato milionário de empresa desde 2016
Essa é uma história conhecida. Em novembro de 2016, o Detran, no governo Ricardo Coutinho, decidiu rescindir o contrato do Detran com a Cetip (Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos Privados), da Paraíba, e contratou (sem licitação) uma nova empresa, a Bunkertech Integradora de Soluções, do Ceará, para a emissão de gravames, documento necessário na comercialização de um veículo.
Detalhe: enquanto a Cetip recebia R$ 10 pelo serviço, a Bunkertech passou a cobrar R$ 45 por cada gravame. O caso gerou intensa revolta das empresas concessionárias de veículos que chegaram a optar por contratar o gravame em Pernambuco e Rio Grande do Norte. Além do mais, como a Bunkertech não tinha cadastro no Banco Central, a empresa não estava habilitada para operar com a rede bancária.
Mas, então, por que o então governador Ricardo Coutinho contratou outra empresa, com pendências bancárias, para realizar o serviço, além de tudo mais caro, quando havia outra que cobrava menos?
A resposta chegou pelas mãos do Ministério Público. Primeiro, o Gaeco encontrou, durante busca e apreensão, um recibo de R$ 400 mil emitido por Coriolano Coutinho, revelando que ele estava investindo na empresa, claramente uma operação para se tornar sócio da Bunkertech. Segundo as investigações, ele teria pago R$ 800 mil para ser um sócio oculto da empresa, operando por procuração…
O que foi comprovado, logo depois, após o Gaeco encontrar, entre os documentos apreendidos, uma procuração (imagem abaixo) dando a Coriolano poderes para representar a empresa junto ao… Detran. O procuração foi registrada num cartório de João Pessoa, e nele Benny Pereira de Lima, sócio da Bunkertech, confere a Coriolano poderes para resolver qualquer questão contratual e bancária da empresa com o Detran.
Por conta da mudança de Cetip para Bunkertech, a Paraíba deixou de arrecadar cerca de R$ 200 milhões, com a “fuga” dos contratos para Estados vizinhos. E as concessionárias chegaram a amargar prejuízo estimado de R$ 20 milhões. (mais em https://bit.ly/2X2XYGq)