CASO A SE ESTUDAR Por que Cartaxo não consegue sensibilizar oposições como eventual pretendente ao governo do Estado?
O ex-prefeito Luciano Cartaxo, até onde a vista alcança, vem encontrando dificuldades para se inserir no debate sobre as eleições do próximo ano, meu caro Paiakan.
Após a desistência do ex-prefeito Romero Rodrigues na disputa pelo governo do Estado, Cartaxo anunciou, como se sabe, disposição de ser candidato ao governo.
Mas, aparentemente, não causou muita repercussão. Pelo menos não encontrou eco entre outras lideranças. Aliás, Cartaxo padece, exatamente, da falta de parceiros em seu projeto político.
É caso para refletir. Cartaxo deixou a prefeitura de João Pessoa com uma gestão especialmente bem aprovada pela população. Mas, aparentemente, de pouco proveito político.
No primeiro teste de seu cacife, que foi a disputa pela prefeitura, sofreu um pesado revés. Sua candidata ficou num merencório 5º lugar, distante dos líderes e refletindo pouca musculatura política.
Hoje, Cartaxo não tem um vereador, um deputado ou um prefeito aliado. Um cenário surpreendente, diante do peso que foi a sua administração no principal colégio do Estado.
Sem parceiros, fica complicado se inserir num cenário já tão adverso para oposição. Há quem especule que o ex-prefeito não consegue estabelecer laços de reciprocidade com parceiros. Então, não constrói alianças.
Lembrando que, 2018, quando era o franco favorito na disputa ao governo do Estado, Cartaxo desistiu, deixando as oposições órfãs, para depois apresentar o próprio irmão como candidato.
De quebra, queimou o filme de seu então vice, Manuel Júnior, a quem deveria ter passado a prefeitura. Até porque, Manuel Júnior certamente teria um desempenho superior ao obtido por sua cunhada.
Sua prioridade familiar custou caro, porque tinha outros quadros em avaliação. Afora o vice Manuel Júnior, desdenhou de Cícero Lucena e Ruy Carneiro, que poderiam ser uma opção muito mais competitiva.
De um lado, fomentou a imagem de pouco confiável, de outro passou a impressão e priorizar projetos familiares, em detrimento de aliados. Com isso, Cartaxo é sempre visto com desconfiança por eventuais aliados.
É o que alguns líderes de oposição comentam nos bastidores.