Por que a bancada da Paraíba tem tanto medo de cobrar um novo porto a Dilma?
Se a Paraíba tivesse uma bancada federal realmente altiva, já teria empunhado a bandeira pela construção do porto de águas profundas, de forma efetiva. Especialmente após o Governo de Pernambuco oficializar sua desistência no porto que iria construir na fronteira com a Paraíba, para atender as demandas da Fiat e outras fábricas que estão se instalando no estado vizinho.
Conforme formalizou o governador Eduardo Campos, Pernambuco tem outras alternativas. Além do Porto de Suape, poderia reativar o cais de Itapessoca, que funcionou bem até a década de 1960. O investimento para o porto de águas profundas seria de R$ 3 bilhões. Mesmo valor do porto que foi proposto pelo ex-governador, para ser construído em Mataraca.
As cartas de navegação comercial apontam que, para atender a demanda crescente de cargas no mundo, e especialmente no Brasil, seria importante a instalação de um porto profundo a cada pelo menos 300 quilômetros. Com o recuo de Pernambuco, a Paraíba passa a ter a grande oportunidade de reapresentar o projeto iniciado no Governo anterior, pondo-se entre Suape e o Porto de Natal.
O grande entrave, como se sabe, é o governador Ricardo Coutinho que, desde o início, se mostrou contrário à construção desse porto, alegando que os produtos da Paraíba poderiam ser escoados por Cabedelo e, na inviabilidade desse em função de de problemas do baixo calado, por Suape. Por isso, nunca incluiu o projeto de um novo porto entre suas prioridades junto ao Governo Federal.
Em agosto de 2011, um consórcio internacional chegou a formalizar ao Governo RC proposta para investimentos próprios acima de R$ 1 bilhão visando implantar o porto de águas profundas. O consórcio, contudo, condicionou os investimentos à inserção do Ramal da Transnordestina ligando Cajazeiras e Cabedelo para criar fluxo de cargas para o Exterior via ferroviária.
Mas, isso não pode ser desculpa para a bancada federal cruzar os braços. E se realmente tiver altivez e algum prestígio com o Governo Dilma Roussef, deveria se apressar para apresentar a proposta do porto de águas profundas, especialmente agora que o governador Eduardo Campos não é mais empecilho ao projeto.