NÃO FOI HOMOLOGADA Suposta “delação” de Waldson isenta seu próprio advogado, ameniza Ricardo Coutinho e mira João e Gervásio
Um dos assuntos mais comentados, nas últimas horas, refere-se a uma suposta delação do ex-secretário Waldson de Sousa, junto ao Ministério Público Federal. Na verdade, Waldson não fez delação. O ex-secretário apresentou uma colaboração escrita, mas não foi homologada (pelo menos até agora) pela Procuradoria-Geral da República.
De qualquer forma, em sua colaboração, provavelmente escrita por seus advogados, dentre os quais Francisco das Chagas Ferreira, Waldson elenca personagens para apresentar o que seria sua versão sobre os eventos que foram revelados pela Operação Calvário.
Dentre os 25 personagens elencados por Waldson, em sua colaboração escrita, constam o ex-governador Ricardo Coutinho, o atual João Azevedo, os deputados Gervásio Filho, Estela Bezerra e Cida Ramos, o ex-procurador Gilberto Carneiro e a ex-prefeita Márcia Lucena.
Mas, o documento traz algumas curiosidades. A primeira delas, é que Waldson , enquanto minimiza a atuação de Ricardo e Coriolano Coutinho no âmbito da Calvário, curiosamente mira sua artilharia sobretudo em dois personagens: João Azevedo e Gervásio Filho. Atuais desafetos de Ricardo Coutinho.
João é acusado por Waldson de obstruir a Justiça, em fases da Operação Calvário. Diz que tomou, inclusive, conhecimento, com um dia de antecedência, da operação que resultou em buscas e apreensão na residência de Gilberto Carneiro.
Uma outra curiosidade é insinuar um vazamento de informação dentro da força-tarefa, horas antes da decretação da operação. Fato que pretende disseminar dúvidas dentro do Ministério Público. Passou a impressão de tentar disseminar a discórdia dentro do MP.
Por fim, defende o seu advogado Francisco Ferreira, apontado pelo Gaeco como o principal operador de ações contra jornalistas, em ações movidas por Ricardo Coutinho. Disse que orientou Chagas não fazer parceria com um advogado lidado a Daniel Gomes da Silva, “que poderiam prejudicá-lo”.
De acordo com a Calvário, Francisco das Chagas Ferreira recebeu recursos de organizações sociais como forma de pagamento pelos seus honorários nas ações contra jornalistas e outras pessoas desafetas de Ricardo Coutinho.
Por fim, até onde se pode apurar, a colaboração de Waldson, apresentada à praça como delação, não foi homologada (como insinuado), por não trazer fatos novos, em relação às delações, estas sim, homologadas dos ex-secretários Livânia Farias e Ivan Burity, além dos ex-assessores Maria Laura Caldas e Leandro Nunes.
Pelo que se comenta nos bastidores, há um moinho em andamento para que Gilberto Carneiro siga o caminho de Waldson e apresente também uma colaboração escrita junto à PGR. Seria o segundo capítulo de uma operação em curso…
(na foto acima, Waldson, Ricardo Coutinho e Francisco das Chagas)