Cícero e Cássio trocam farpas por causa de cafezinho
Pelo visto, as relações entre os senadores Cássio Cunha Lima e Cícero Lucena não são mais a mesma. Aliás, não são mais as mesmas desde 2010, quando Cássio preteriu seu velho companheiro Cícero e decidiu se aliar ao seu mais ferrenho adversário Ricardo Coutinho, na disputa pelo Governo do Estado. Magoado, Cícero desistiu de ser candidato.
Nas eleições deste ano, Cássio teve uma participação apenas tímida na campanha de Cícero, com algumas aparições no guia eleitoral. Em outra mão, minimiza sua responsabilidade na derrota de Cícero, e tem preferido responsabilizar Zé Maranhão, pelo fato do peemedebista não ter levado seu partido a apoiar o tucano, no segundo turno.
Agora, segundo registro do prestigiado blogueiro Josias de Sousa, os velhos companheiros Cássio e Cícero chegaram a se estranhar no cafezinho do Senado Federal, por uma discussão boba, que culminou com um desabafo de Cícero: “Ou manda ele ou mando eu (Cássio)!” Mostra como, até nos pequenos detalhes, o clima de amizade não é mais o mesmo.
Confira todo episódio narrado pelo jornalista Josias de Sousa: “Brasília é a prova definitiva de como o poder às vezes leva a tolice às suas extremas consequências. Veja-se, por exemplo, a penúltima do Senado. Há na Casa um espaço chamado de ‘Cafezinho’. Fica em área contígua ao plenário. Ali, os senadores dão entrevistas e recebem visitantes durante as sessões.
Pois bem. Os garçons do Senado foram proibidos de servir água e café nas mesas que não tenham cotovelos de senadores sobre o tampo. Repetindo: se o sujeito não for senador e não estiver acompanhado de um deles, não pode ser servido.
Visitantes, repórteres, assessores e assemelhados agora são orientados a se servir de café em garrafas térmicas acomodadas num canto do ambiente. Água? Só no bebedouro. Acionada, a segurança zela pelo cumprimento das novas normas.
Nesta quarta (7), ao perceber que um garçom negava-se a servir uma mesa em que conversavam repórteres e assessores, o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) estranhou. Mais: ordenou que o cafezinho fosse servido, como de hábito.
Tucano como Cássio, o colega Cícero Lucena, primeiro-secretário do Senado e idealizador do torniquete do cafezinho, abespinhou-se com a contraordem. Ralhou com o garçom: “Ou manda ele ou mando eu! Então, é melhor voltar a como era antes.” Como se vê, Brasília anda mais surreal do que nunca.”